Roanoke, VA, 25 de julho de 2017.
NO ÉDEN
A primeira referência ȧ indumentária na Palavra de Deus está registrada em Gênesis 2:25: “O homem e sua mulher viviam nus, e não sentiam vergonha.”
Talvez você esteja arrazoando em sua mente: “Este texto não fala de roupa. Fala de nudez”.
Um momento! Que tipo de vestimenta caracterizava o primeiro casal antes do pecado?
“Esse casal, que não tinha pecados, não fazia uso de vestes artificiais; estavam revestidos de uma cobertura de luz e glória, tal como a usam os anjos. Enquanto viveram em obediência a Deus, esta veste de luz continuou a envolvê-los.” Patriarcas e Profetas, p. 45.
É uma pena que quase todas as ilustrações de Adão e Eva no paraíso deixem a impressão de que eles estavam de fato nus, quando em realidade estavam totalmente cobertos com a gloria divina como ainda ocorre com os anjos que não pecaram. Observe a última parte do parágrafo anterior: “Enquanto viveram em obediência a Deus, esta veste de luz continuou a envolvê-los.”
Que ocorreu com a veste de luz quando o casal desobedeceu à instrução divina?
“Os olhos de ambos se abriram, e perceberam que estavam nus; então juntaram folhas de figueira para cobrir-se.” Gênesis 3:7.
Agora, sim. Estavam realmente nus.
“Depois da sua transgressão, Adão a princípio imaginou-se a entrar para uma condição mais elevada de existência. Mas logo o pensamento de seu pecado o encheu de terror. O ar, que até ali havia sido de uma temperatura amena e uniforme, parecia resfriar o culpado casal. Desapareceram o amor e paz que haviam desfrutado, e em seu lugar experimentavam uma intuição de pecado, um terror pelo futuro, uma nudez de alma. A veste de luz que os rodeara, agora desapareceu; e para suprir sua falta procuraram fazer para si uma cobertura, pois enquanto estivessem nus, não podiam enfrentar o olhar de Deus e dos santos anjos.” Profetas e Profetas, p. 57.
Há vários pontos dignos de destaque nesta declaração inspirada de Ellen G. White:
Após o pecado, o primeiro casal perdeu a paz de Deus e passou a possuir um sentimento de culpa. Sentiram uma nudez de alma. Aquela nudez interna, do coração, encontrou eco no afastamento da luz que os envolvia. Estavam também nus fisicamente. Agora se esforçaram por cobrir-se com “folhas de figueira”. Imagino que aquela nova veste de folhas de figueira fosse bem precária. O novo vestuário preparado por eles após o pecado mostrou-se totalmente ineficaz diante da presença divina. Logo que Deus veio em busca deles, procuraram fugir do seu Criador. Ao chamado de Deus,
Adão respondeu: “Ouvi Teus passos no jardim e fiquei com medo, porque estava nu; por isso me escondi.” Gênesis 3:10. Imagine o constrangimento de Adão e Eva diante de Deus com aquele vestuário! A nudez de alma é seguida de nudez física. O oposto também é verdadeiro. A justiça interior é revelada no exterior. A alma coberta com a justiça de Cristo cobre o seu corpo com algo que represente a justiça interior.
Depois de Adão e Eva se convencerem do seu grave pecado, Deus não os abandonou, mas apresentou o plano da salvação (Gênesis 3:15) e tomou providências para cobri-los de modo digno e apropriado. “O Senhor fez roupas de pele e com elas vestiu Adão e sua mulher.” Gênesis 3:21. Através do Evangelho, Deus nos provê as vestes espirituais da justiça de Cristo de modo que o ser humano possa comparecer de novo a presença de Deus, e também proporciona vestuário decente e apropriado que reflita a justiça de Cristo do interior.
“A justiça interior é testificada pela exterior. Quem é justo interiormente, não é insensível nem incompassivo, mas dia a dia cresce na imagem de Cristo, indo de força em força. O que está sendo santificado pela verdade, exercerá domínio próprio e seguirá os passos de Cristo até que a graça se perca na glória. É imputada a justiça pela qual somos justificados; aquela pela qual somos santificados, é comunicada. A primeira é nosso título para o Céu; a segunda, nossa adaptação para ele.” Review and. Herald, 4 de junho de 1895.
Antes que nos possamos vestir de modo cristão, precisamos tornar-nos cristãos. Cristão é alguém semelhante a Cristo, e o verdadeiro cristão estará disposto a sacrificar todo desejo e prática contrários ȧ vontade de Cristo. “Se alguém quiser vir após Mim”, disse Jesus, “negue-se a si mesmo, tome cada diz a sua cruz, e siga-Me”. Mateus 16:24.
“Mas, embora Deus possa ser justo e ao mesmo tempo justificar o pecador, pelos méritos de Cristo, homem algum pode cobrir sua alma com as vestes da justiça de Cristo, enquanto comete pecados conhecidos, ou negligencia conhecidos deveres. Deus requer a completa entrega do coração, antes que possa ocorrer a justificação; e para que o homem conserve essa justificação, tem de haver obediência contínua, mediante ativa e viva fé que opera por amor e purifica a alma.” Fé e Obras, p. 100.
O CORDÃO AZUL
Para o antigo Israel, Deus deu instruções específicas a respeito do vestuário: “Diga o seguinte aos israelitas: Façam borlas nas extremidades das suas roupas e ponham um cordão azul em cada uma delas; façam isso por todas as suas gerações. Quando virem essas borlas vocês se lembrarão de todos os mandamentos do Senhor, para que lhes obedeçam e não se prostituam nem sigam as inclinações do seu coração e dos seus olhos. Assim vocês se lembrarão de obedecer a todos os Meus mandamentos, e para o seu Deus vocês serão um povo consagrado.” Números 15:37-40.
Ellen G. White traça um paralelo entre o cordão azul dado aos israelitas e a reforma do vestuário que deve caracterizar o povo de Deus:
“Fui referida a Números 15:38-41 [versos citados]. Aqui Deus ordenou expressamente um arranjo de vestuário muito simples para os filhos de Israel com o propósito de distingui-los das nações idólatras ao redor deles. Quando consideravam sua peculiaridade de vestuário, deviam lembrar-se que constituíam o povo guardador dos mandamentos de Deus, e que Ele havia operado de maneira miraculosa para tirá-los de sob a escravidão egípcia para servi-lO, para Lhe serem um povo santo. Não deviam servir seus próprios desejos, ou imitar as nações idólatras ao redor deles, mas permanecer um povo separado e distinto a fim de que todos que os contemplassem pudessem dizer: Estes são os que Deus retirou da terra do Egito, que guardam os Dez Mandamentos. Um israelita era conhecido tão logo era visto, pois Deus através de simples meios o distinguiam com dEle.” Testemunhos para a Igreja, vol. 1, p. 524.
“A ordem dada por Deus aos filhos de Israel para colocarem um cordão azul em suas vestes não devia ter influência direta na saúde deles, somente quando Deus os abençoasse mediante a obediência deles, e o cordão manteria na memória as elevadas demandas de Jeová e os prevenia contra o misturar-se com outras nações, de unir-se em suas festas de bebedeira, e de comer carne de porco e alimentos prejudiciais à saúde. Deus deseja que Seu povo adote a reforma indumentária, não apenas para distingui-los do mundo como Seu ‘povo peculiar’, mas porque a reforma no vestuário é essencial a saúde física e mental. O povo de Deus tem, em grande parte, perdido sua peculiaridade, e tem gradualmente seguido o padrão do mundo, misturando-se com ele, até que em muitos aspectos se tornaram como o mundo.
“Algo deve surgir para diminuir o apego do povo de Deus ao mundo. A reforma do vestuário é simples e saudável, contudo há nela uma cruz. Agradeço a Deus pela cruz e alegremente me inclino para erguê-la. Temos estado tão unidos com o mundo que temos perdido de vista e cruz e não sofremos por amor a Cristo.” Testemunhos para a Igreja, vol. 1, p. 525.
“Não deveríamos inventar algo para fazer uma cruz; mas Deus apresenta-nos uma cruz, e devemos levá-la alegremente. Na aceitação da cruz somos distinguidos do mundo que não nos ama e ridiculariza nossa peculiaridade. Cristo foi odiado pelo mundo porque não era do mundo. Podem Seus seguidores esperar êxito melhor que seu Mestre? Se passamos adiante sem receber censura ou reprovação do mundo podemos ficar alarmados, pois é nossa conformidade com o mundo que nos torna tão semelhante a ele que não há nada a despertar inveja ou malicia; não há colisão de espíritos. O mundo despreza a cruz. “A mensagem da cruz é loucura para os que estão perecendo, mas para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus.” 1 Coríntios 1:18. “Quanto a mim, que eu jamais me glorie, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por meio da qual o mundo foi crucificado para mim, e eu para o mundo.” Gálatas 6:14.” Testemunhos para a Igreja, vol. 1, p. 525.
VESTUÁRIO E ADORAÇÃO
Deus instruiu claramente Seu povo sobre a roupa adequada a ser usada quando adorava no santuário. Referindo-se às roupas sacerdotais, está escrito:
“Faça-lhes calções de linho que vão da cintura até a coxa, para cobrirem a sua nudez. Arão e seus filhos terão que vesti-los sempre que entrarem na Tenda do Encontro ou quando se aproximarem do altar para ministrar no Lugar Santo, para que não incorram em culpa e morram. ‘Este é um decreto perpétuo para Arão e para os seus descendentes.” Êxodo 28:42, 43. “Não subam por degraus ao meu altar, para que nele não seja exposta a sua nudez”. Êxodo 20: 26.
Consideremos alguns detalhes importantes. Moisés recebeu instruções específicas sobre o vestuário dos sacerdotes. Uma das instruções do Senhor dando detalhes, parece de alguma forma não ser tão importante, mas Deus teve um propósito para isso: “que a tua nudez não seja descoberta”. Considerando os versículos já mencionados no capítulo 28, versículos 42 e 43, onde é dito que as calças de linho deviam cobrir “dos lombos até as coxas”, qual tipo de nudez é mencionada em Êxodo 20:26? A parte da coxa. Em outras palavras, essa nudez parcial foi condenada pelo Senhor. Portanto, quando a Palavra de Deus fala da nudez, ela nem sempre se refere a uma ausência total de roupas. A nudez parcial também é condenada pelo Senhor, tanto para homens como para mulheres. Imagine um adorador que entra em um templo sagrado, e vê alguém parcialmente nu, o suficiente para distrair sua mente de Deus. A atenção que deveria ser direcionada exclusivamente ao culto seria desviada devido à exposição de nudez parcial.
Alguém pode dizer: “Não podemos aplicar as regras referentes aos sacerdotes às pessoas em geral”. Não esqueçamos que o povo de Deus na dispensação cristã é conhecido como a “geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus...” 1 Pedro 2: 9 (primeira parte). Qual o propósito de Deus para o Seu povo? “Para anunciar as grandezas dAquele que os chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz.”. O apóstolo Pedro acrescenta: “Antes vocês nem sequer eram povo, mas agora são povo de Deus; não haviam recebido misericórdia, mas agora a receberam.” 1 Pedro 2: 9, 10.
O povo de Israel foi orientado diretamente por Deus quanto à questão do vestuário, sendo instruídos a usarem um cordão azul na borda do vestido. Sempre que olhavam para aquele cordão azul deviam lembrar-se “de todos os mandamentos do Senhor”. Aquele sinal serviria de proteção contra a tentação de seguirem outros deuses. Servia para lembrá-los de que constituíam “um povo consagrado” “para o seu Deus.”
A VISÃO DE TRÊS MODELOS DE VESTUÁRIO FEMININO
No século XIX, quando a “deusa da moda” escravizava especialmente as mulheres com um estilo de vestimenta que só estava causando problemas em todos os sentidos da palavra - física, moral e financeiramente - Deus enviou luz especial ao Seu povo sobre a necessidade de uma reforma, através de uma visão dada a Ellen G. White com três grupos de mulheres trajando diferentes modelos de vestidos.
“Passaram diante de mim três grupos de mulheres,” escreveu ela, “com seus vestidos das maneiras que seguem, no tocante ao comprimento:
“O primeiro era do comprimento segundo a moda, sobrecarregando os membros, impedindo o passo, varrendo a rua e juntando a sujeira; do qual declarei plenamente os maus resultados. Essa classe, serva da moda, parecia fraca e doentia.
“O vestuário da segunda classe que passou diante de mim era em muitos aspectos como devia ser. Os membros estavam bem vestidos. Achavam-se livres das cargas que a tirana Moda impusera à primeira classe; fora, porém, a um extremo de curteza que desgostara e suscitara preconceitos a pessoas boas, destruindo em grande medida sua própria influência. Esse é o estilo e a influência do ‘costume americano’, ensinado e usado por muitos em ‘Nosso Lar’, Dansville, NY. Esse não chega aos joelhos. Não preciso dizer que esse estilo me foi mostrado como sendo demasiado curto.” The Review and Herald, October 8, 1867. Mensagens Escolhidas, vol. 3, p. 278.
Consideremos alguns detalhes importantes sobre esta segunda classe. Este grupo era, por assim dizer, mais de 50% bem vestidos, partes do corpo estavam bem cobertas. Quais as partes? Não as pernas porque o aspecto deficiente neste estilo era exatamente a falta de vestido. Concluímos que os braços estavam bem cobertos, certo? Se o vestido não chegava aos joelhos, e os membros estavam bem cobertos, isso significa que os braços estavam bem protegidos e não as pernas.
Consideremos o terceiro grupo:
“Uma terceira classe passou diante de mim com semblantes animados, e passo desembaraçado e lépido. Seu vestuário era do comprimento que descrevi como apropriado, modesto e saudável. Estava umas poucas polegadas acima da sujeira da rua e do passeio e de acordo com todas as situações, como subir ou descer degraus, etc.” The Review and Herald, October 8, 1867. Mensagens Escolhidas, vol. 3, p. 278.
Destaques do terceiro grupo são:
1. Semblantes animados;
2. Passos livres e desembaraçados, pois seus vestidos não varriam as ruas;
3. Comprimento apropriado. Chegamos ao comprimento ideal, de acordo com as instruções da serva do Senhor.
RELAÇÃO DA VISÃO QUANTO AO ESCREVER E À PRÁTICA
“E quero declarar aqui que, se bem que eu seja tão dependente do Espírito do Senhor ao escrever minhas visões como ao recebê-las, todavia as palavras que emprego ao descrever o que vi são minhas mesmo, a menos que sejam as que me foram ditas por um anjo, as quais eu sempre ponho entre aspas.
“Quando escrevi sobre a questão do vestuário, a visão daqueles três grupos reavivou-se em minha mente de modo tão claro como quando a tive; mas foi-me permitido descrever o comprimento do vestuário em minha própria linguagem, da melhor maneira que me fosse possível, o que eu fiz declarando que a parte inferior do vestido devia chegar perto do alto das botas das senhoras, o que seria necessário a fim de estar acima da sujeira da rua sob as circunstâncias mencionadas anteriormente.
“Uso o vestido, do comprimento mais aproximado do que eu vira e descrevera, segundo me foi possível julgar. Minhas irmãs, no Norte de Michigan, também o adotaram. E ao surgir a questão das polegadas, a fim de assegurar uniformidade quanto ao comprimento em toda parte, foi trazida uma régua, e verificou-se que o comprimento de nossos vestidos mediava entre oito e dez polegadas acima do chão. Alguns deles eram um pouquinho mais compridos do que o modelo que me fora mostrado, ao passo que outros eram um pouco mais curtos.” Review and Herald, 8 de outubro de 1867.
Por favor, note um detalhe importante: "Nossos vestidos variaram de oito a dez polegadas do chão".
A polegada é a medida padrão usada nos Estados Unidos, equivalente a 2,54 centímetros. Oito polegadas, portanto, resultam em 20,32 centímetros, e dez polegadas é igual a 25,4 centímetros, correto?
O comprimento do vestido recomendado variou entre essas duas medidas, dependendo da altura da pessoa.
DEUTERONÔMIO 22:5
Outra questão que afetou algumas irmãs em alguns lugares é a tentação de usar calças compridas. O que a inspiração diz sobre isso?
“A mulher não usará roupas de homem, e o homem não usará roupas de mulher, pois o Senhor, o seu Deus, tem aversão por todo aquele que assim procede.”
Em outra versão, da Imprensa Bíblica Brasileira, o mesmo texto diz: “Não haverá traje de homem na mulher, e não vestirá o homem vestido de mulher, porque qualquer que faz isto é abominação ao Senhor teu Deus.”
Qual é o objetivo de Satanás em tornar a mulher e o homem tão semelhantes entre eles?
Na sociedade moderna muitas vezes nos confundimos ao julgar uma pessoa pela aparência. Homens com cabelos longos, e mulheres com cabelos curtos. “Homens” com trejeitos e ademanes femininos, e “mulheres” com comportamento mais apropriado ao homem. O traje também tem criado muitos problemas de identificação. Satanás pretende tornar homens e mulheres tão semelhantes entre eles de modo a eliminar as características que os identificariam criando uma proximidade e mesmo uma promiscuidade pecaminosa.
“Há ainda outra moda de vestido que é adotado por uma classe de pessoas chamadas reformadoras do vestuário. Imitam o sexo oposto, o mais possível.... Nessa moda de vestuário foi invertida a ordem de Deus, e desrespeitadas Suas direções especiais. Deuteronômio 22:5: “A mulher não usará roupa de homem, nem o homem veste peculiar à mulher; porque qualquer que faz tais coisas é abominável ao Senhor, teu Deus.” Esta moda de vestuário Deus não deseja que Seu povo adote. Não é traje modesto, e absolutamente não se adapta a mulheres modestas e humildes, que professam ser seguidoras de Cristo. As proibições de Deus são consideradas levianamente por todos os que advogam a remoção da diferença de vestuário entre homens e mulheres.
“Designava Deus que houvesse clara distinção entre o vestuário do homem e da mulher, e considerou a questão de bastante importância para dar direções explícitas a esse respeito; pois se ambos os sexos usassem o mesmo vestuário isto causaria confusão, e grande aumento de crime...” Mensagens Escolhidas, vol. 2, 477, 478.
A reforma do vestuário faz parte essencial da mensagem do Movimento de Reforma, contudo essa reforma deve vir do interior, para o exterior, do coração para a prática diária da vida.
Muitos servos de Deus no passado foram identificados por suas roupas. Os profetas Elias e João Batista tiveram características semelhantes e foram reconhecidos por reis e pessoas pelas mensagens que pregavam e pelo estilo de roupa deles. O rei Acazias identificou o profeta Elias quando ouviu a descrição de sua roupa.
“O rei lhes perguntou: ‘Como era o homem que os encontrou e lhes disse isso?’ Eles responderam: ‘Ele vestia roupas de pelos e usava um cinto de couro’. O rei concluiu: ‘Era o tesbita Elias’.” 2 Reis 1:7, 8.
Quanto à roupa de João Batista, está escrito: “As roupas de João eram feitas de pelos de camelo, e ele usava um cinto de couro na cintura. O seu alimento era gafanhotos e mel silvestre.” Mateus 3:4.
“Ao tempo de João Batista, a cobiça das riquezas e o amor do luxo e da ostentação se haviam alastrado. Os prazeres sensuais, banquetes e bebidas, estavam causando moléstias e degeneração física, amortecendo as percepções espirituais, e insensibilizando ao pecado. João devia assumir a posição de reformador. Por sua vida abstinente e simplicidade de vestuário, devia constituir uma repreensão para sua época.” O Desejado de Todas as Nações, pp. 100 e 101.
A reforma do vestuário é uma parte essencial da mensagem do Movimento de Reforma como foi para o ministério profético de Elias e João Batista; no entanto, essa reforma deve vir do interior de um coração onde Jesus reina. Isso será evidente nas práticas externas de nossa vida diária.
Jesus afirmou: “De fato, Elias vem e restaurará todas as coisas.” Mateus 17:11.
UM SOLENE AVISO
“Há sobre nós, como um povo, um terrível pecado - termos permitido que os membros de nossa igreja se vistam de maneira incoerente com sua fé. Cumpre erguer-nos imediatamente, e fechar a porta contra as seduções da moda. A menos que isso façamos, nossas igrejas se tornarão desmoralizadas.” Testemunhos Seletos, vol. 1, p. 600.
“Todas as manifestações de orgulho no vestuário, proibidas na Palavra de Deus, devem ser motivo suficiente para disciplina na igreja. Caso haja continuação em face de advertências e apelos e ameaças, perseverando a pessoa em seguir sua vontade perversa, isto poderá ser considerado como prova de que o coração não foi absolutamente levado à semelhança com Cristo. O eu, e unicamente o eu, é objeto de adoração, e um professo cristão assim induzirá muitos a se afastarem de Deus.” Testemunhos Seletos, vol. 1, p. 600.
“Falai de Cristo, e quando o coração estiver convertido, tudo que não está em harmonia com a Palavra de Deus cairá. Arrancar as folhas de uma árvore viva equivale a trabalhar em vão. As folhas reaparecerão. O machado precisa ser posto à raiz da árvore, e então as folhas cairão para não mais volver. A fim de ensinar aos homens e mulheres o valor nulo das coisas terrestres, deveis encaminhálos à fonte viva e levá-los a beberem de Cristo, até que o seu coração esteja repleto do amor de Deus, e Cristo seja neles uma fonte de água que salta para a vida eterna.” Signs of the Times, 1º de julho de 1889. Evangelismo, p. 272.
“Limpai a fonte, e puras serão as águas. Se reto for o coração, corretas hão de ser vossas palavras, vosso vestuário, vossas ações.” Testemunhos Seletos, vol. 1, p. 51.
REAVIVAMENTO E REFORMA
Precisamos entender o objetivo do verdadeiro reavivamento da primitiva piedade entre o povo de Deus e a conexão que este reavivamento deve ter com a reforma prática na vida diária.
Reavivamento sem reforma leva a uma religião meramente emocional. Reforma sem reavivamento leva a um frio e crítico legalismo. Portanto, ambos devem ocorrer de forma unida e complementar.
“Um reavivamento da verdadeira piedade entre nós, eis a maior e a mais urgente de todas as nossas necessidades. Buscá-lo, deve ser nossa primeira ocupação. Importa haver diligente esforço para obter a bênção do Senhor, não porque Deus não esteja disposto a outorgá-la, mas porque nos encontramos carecidos de preparo para recebê-la. Nosso Pai celeste está mais disposto a dar Seu Espírito Santo àqueles que Lho peçam, do que pais terrenos o estão a dar boas dádivas a seus filhos. Cumpre-nos, porém, mediante confissão, humilhação, arrependimento e fervorosa oração, cumprir as condições estipuladas por Deus em Sua promessa para conceder-nos Sua bênção. Só podemos esperar um reavivamento em resposta à oração. Enquanto o povo se acha tão destituído do Espírito Santo de Deus, não pode apreciar a pregação da Palavra; mas quando o poder do Espírito lhes toca o coração, então os sermões não ficarão sem efeito. Guiados pelos ensinos da Palavra de Deus, com a manifestação de Seu Espírito, no exercício de sã discrição, os que assistem a nossas reuniões adquirirão preciosa experiência e, voltando ao lar, acham-se preparados para exercer saudável influência.” Mensagens Escolhidas, vol. 1, 121, 128.
Por favor, note algumas expressões chave neste parágrafo: “Cumpre-nos, porém, mediante confissão, humilhação, arrependimento e fervorosa oração, cumprir as condições estipuladas por Deus em Sua promessa para conceder-nos Sua bênção.
“Deus pede um reavivamento espiritual, e uma reforma espiritual. A menos que isto se realize, os que são mornos continuarão a se tornar mais aborrecíveis ao Senhor, até que Ele Se recuse a reconhecê-los como Seus filhos.
“Precisa haver um reavivamento e uma reforma, sob a ministração do Espírito Santo. Reavivamento e reforma são duas coisas diversas. Reavivamento significa renovação da vida espiritual, um avivamento das faculdades da mente e do coração, uma ressurreição da morte espiritual. Reforma significa uma reorganização, uma mudança nas ideias e teorias, hábitos e práticas. A reforma não trará o bom fruto da justiça a menos que seja ligada com o reavivamento do Espírito. Reavivamento e reforma devem efetuar a obra que lhes é designada, e no realizá-la, precisam fundir-se.” Review and Herald, 25 de fevereiro de 1902. Mensagens Escolhidas, vol. 1, 121, 128.
Um reavivamento legítimo precede uma verdadeira reforma, e uma verdadeira reforma é o resultado de um verdadeiro avivamento. Esses dois elementos devem estar intimamente ligados ou cairemos em um liberalismo extremo ou em um fanatismo extremo. Este equilíbrio só é possível se olharmos para Jesus e aceitá-lO como nosso todo-suficiente Salvador e Senhor da nossa vida.
“Portanto, também nós, uma vez que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas, livremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e corramos com perseverança a corrida que nos é proposta, tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé. Ele, pela alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do trono de Deus.” Hebreus 12: 1, 2.
Portanto, com base na orientação da Bíblia e do Espírito de Profecia, as Comissões Ministerial e Doutrinária da Conferência Geral convidam todos os nossos membros em todo o mundo a prestar atenção e obedecer os princípios da reforma do vestuário. Aqui estão algumas instruções específicas a este respeito:
1. Não é apropriado que nossos irmãos, irmãs e candidatos ao batismo usem shorts, joias, roupas sem manga e transparentes.
2. Não é apropriado que nossas irmãs usem calças compridas, saltos altos, corte de cabelo, maquiagem, coloração das unhas ou vaidades semelhantes.
“Vi que a aparência exterior é indicativa do coração. Quando o exterior é enfeitado com laços, golas e artigos supérfluos, isso mostra claramente que o amor por todas essas coisas está no coração. A menos que tais pessoas sejam purificadas de sua corrupção, nunca verão a Deus; pois somente “os limpos de coração. ... verão a Deus”. Mateus 5:8.” Testemunhos para Igreja, vol. 1, p. 136.
Estamos dispostos a aceitar a cruz antes de podermos receber a coroa? Não há outro caminho. Que Deus nos dê sua maravilhosa graça para cumprir as condições do discipulado!
Seu irmão na bem-aventurada esperança, Cordialmente, em Jesus Cristo,
Pastor Davi Paes Silva
Presidente da Conferência Geral dos Adventistas do 7º Dia Movimento de Reforma.