Sermão a ser apresentado na domingo 1º de julho de 2018 em todas as igrejas ASDMR.
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4.1 INTRODUÇÃO
O quarto pilar pode ser chamado de tesouro. Ele é o ponto culminante do sentido da mordomia, porque é também o resultado de tudo que produzimos. A produção de bens e o acúmulo de riquezas é uma bênção, quando aplicadas da forma correta. Está implícita na ordem de Deus “crescei e multiplicai” e deve ser um dos grandes objetivos do cristão.
O problema é que, tudo aquilo que era para ser uma benção ao homem, após o pecado foi distorcido. A ganância, o orgulho e a avareza tornam aquilo que deveria ser um bem em um mal. Por isso Deus deu instruções de como proceder para evitar esse engano.
Quando tratamos de bens normalmente tratamos de algo que nos pertence. Segundo a Jurisprudência, “Bens”, é o que é propriedade de alguém. Mas será que estamos preparados para administrarmos os bens de uma outra pessoa. Desde que iniciamos esta série de mensagens, anunciamos que o Senhor Deus é dono de todas as coisas (Salmo 24:1). Somos meros mordomos ou administradores dos bens de Deus e como mordomos temos que prestar contas de tudo que nos tem sido confiado.
Dinheiro! Seja muito ou pouco, é algo que todos nós gostamos de ter. O dinheiro faz parte da nossa vida. Desde as taxas de consumos, a mesada que ganhamos, até o salário dos que já trabalham. Todos nós esperamos ter dinheiro para comprar o que precisamos. Mas você tem usado bem o dinheiro que tem? Ou melhor, tem lembrado de Deus quando recebe algum dinheiro?
4.2 COMO SURGIU O DINHEIRO?
Antes de entrarmos mais profundamente no assunto, vamos a algumas curiosidades:
As primeiras moedas, tal como conhecemos hoje, peças representando valores, geralmente em metal, surgiram na Lídia (atual Turquia), no século VII AC. A necessidade de guardar as moedas em segurança deu surgimento aos bancos.
Os negociantes de ouro e prata, por terem cofres e guardas a seu serviço, passaram a aceitar a responsabilidade de cuidar do dinheiro de seus clientes e a dar recibos escritos das quantias guardadas. Esses recibos, passaram, com o tempo, a servir como meio de pagamento por seus possuidores, por serem mais seguros de portar do que as moedas, e foi assim que surgiram as cédulas.
4.3 DÍZIMOS E OFERTAS
Para Deus a forma como usamos o nosso dinheiro vai indicar se servimos a Ele ou não. Se nós aprendemos que Deus é o dono de tudo, então, o dinheiro não poderia ficar de fora. A Bíblia fala muito sobre isto e chegou a hora de aprendermos como Deus deseja que cuidemos do tesouro que Ele colocou em nossas mãos.
Deus sabia que o ser humano se tornaria, por causa do pecado, um ser egoísta e ingrato e que o dinheiro seria um dos principais pontos em que o homem se apegaria, por isso, como forma de pedir ao homem gratidão e reconhecimento de que tudo o que temos é resultado das bênçãos de Deus sobre nossa vida, o Senhor pede na Bíblia que devolvamos para Ele dízimos e ofertas. Mas o que significa a palavra dízimo? E dízimos e ofertas são a mesma coisa ou são diferentes?
A palavra dízimo vem do latim decimu e quer dizer a décima parte ou 10% de um total. Portanto, o dízimo é um mínimo de 10% daquilo que ganhamos e que deve ser devolvido a Deus, de acordo com o que lemos na Bíblia, em Malaquias 3:10.
A primeira pessoa que a Bíblia descreve devolvendo o dízimo foi Abraão (Gn 14:20). Outro patriarca que também aparece prometendo devolver o dízimo a Deus foi Jacó (Gn 28:22). Isto prova que o dízimo não é uma invenção moderna, mas sim um princípio que sempre guiou o povo de Deus.
Salomão certa vez disse: “Honra ao SENHOR com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda” (Pv 3:9). Quando Salomão diz que devemos honrar a Deus com as primícias, ele está dizendo que Deus deve ser o primeiro em nossas vidas, além de dedicar a Ele os primeiros frutos do trabalho. Antes de pensarmos em nós mesmos temos que colocar Deus em primeiro lugar.
A Bíblia ainda complementa que o dízimo de tudo pertence ao Senhor (Lv 27:30) e que quando nós não devolvemos para Ele, nós estamos roubando a Deus (Ml 3:8). Deus ainda declara que os dízimos não podem ser usados de qualquer forma. Eles precisam ser trazidos para a Casa do Tesouro e por fim, Deus promete uma benção especial para aqueles que forem fiéis (Ml 3:10). Mas, para que serve o dízimo? Como a igreja utiliza este dinheiro que é devolvido a ela?
“Deus põe Sua mão sobre o dízimo, bem como sobre as dádivas e ofertas, e diz: “Isto é Meu. Quando Eu vos confiei os Meus bens, especifiquei que uma parte deveria ser vossa, para suprir as vossas necessidades, e uma parte deveria retornar a Mim.” Conselhos sobre Mordomia, pág. 29
“O dízimo é sagrado, reservado por Deus para Si mesmo. Tem de ser trazido ao Seu tesouro, para ser empregado em manter os obreiros do evangelho em seu trabalho.” Testemunhos para Igreja, vol. 9, pág. 249
“Deus não mudou; o dízimo tem de ser ainda empregado para a manutenção do ministério.” Obreiros Evangélicos, pág. 227
Quanto às ofertas, as mesmas sempre fizeram parte da adoração dos filhos de Deus. Desde que Adão e Eva pecaram, Deus pediu que eles oferecessem um animal em sacrifício como oferta a Ele, isto era um símbolo de Jesus que viria para morrer no lugar do ser humano. E assim, de pai para filho, o princípio de ofertar algo a Deus passou de geração em geração. Abel (Gn 4:4), Noé (Gn 8:20), Abraão (Gn 12:7) Isaque (Gn 26:25) Jacó (Gn 33:20) e muitos outros ofertaram a Deus.
Quando o povo de Israel se formou, o conceito de ofertar a Deus se tornou algo mais amplo e a oferta foi ligada a adoração e gratidão, ou seja, o reconhecimento de que tudo o que temos vem de Deus, afinal, Ele fez a maior de todas as ofertas, ao “dar seu filho unigênito para morrer por todos nós” (João 3:16). Ellen White diz: “O espírito de liberalidade é o espírito do Céu. O abnegado amor de Cristo é revelado na cruz. Para que o homem pudesse ser salvo, deu Ele tudo quanto possuía, e em seguida Se deu a Si mesmo.” (Conselhos sobre Mordomia, pág.14)
Assim sendo, a Bíblia faz a diferença entre dízimos e ofertas (Ml 3:8). Enquanto a porcentagem do dízimo é definida por Deus (10%), as ofertas serão definidas por nós com base na proporção do que recebemos e da gratidão que estiver em nosso coração. Isto é deixado muito claro por Paulo quando ele diz que as ofertas devem ser separadas com antecedência e devem ser conforme a prosperidade (1 Co 16:2). Paulo ainda acrescenta que devemos devolver as ofertas com gratidão e alegria no coração (2 Co 9:7).
“O Senhor nunca exige que Seu povo ofereça mais do que é capaz, mas de acordo com suas possibilidades. Ele Se agrada em aceitar e abençoar lhes as ofertas de gratidão... Quando igrejas ou indivíduos não põem o coração em suas ofertas, mas limitam os gastos no avançamento da obra de Deus e aferem-na segundo seus estreitos pontos de vista, mostram decididamente que não estão vivendo em ligação com Deus.” Testemunhos para Igreja, vol. 5 pág. 269
4.4 NOSSO TESOURO NA SALVAÇÃO DE ALMAS
Sendo o mais material de todas as bênçãos, mesmo assim, o tesouro pode ser visualizado pelo cristão e utilizado como parte no plano da salvação. O dízimo foi estabelecido por Deus para proteger o homem da ganância, lembrando-o que tudo o que possui é proveniente da sua relação de mordomia.
Além do dízimo, a beneficência é parte da mordomia relacionada ao tesouro. Ajudar os que precisam de socorro imediato é uma maneira de vencer o orgulho e contribuir para aliviar a dor de quem não tem nada. Infelizmente, as organizações religiosas distorcem o objetivo original da doação transformando-as em barganha, quando é, na verdade, um ato de gratidão. Outras canalizam toda teologia da doação para si mesmas, fazendo com que parte das doações venham a ser desviadas daqueles que necessitam. Deus julgará quem assim age.
“Ao fazerdes a vossa colheita, enchendo os vossos celeiros e silos, para o vosso próprio conforto, devolvestes a Deus um dízimo fiel? Apresentastes-Lhe vossas dádivas e ofertas, para que Sua causa não sofra? Tendes cuidado do órfão e da viúva? É este um ramo do trabalho missionário que de maneira alguma deve ser negligenciado. ” Conselhos sobre Mordomia, pág. 29
Em reconhecimento a tudo que Deus lhe deu, Davi faz uma dedicação e exaltação a Ele: I Crônicas 29:10-14: “Pelo que Davi louvou ao SENHOR perante os olhos de toda a congregação e disse: Bendito és tu, SENHOR, Deus de nosso pai Israel, de eternidade em eternidade. Tua é, SENHOR, a magnificência, e o poder, e a honra, e a vitória, e a majestade; porque teu é tudo quanto há nos céus e na terra; teu é, SENHOR, o reino, e tu te exaltaste sobre todos como chefe. E riquezas e glória vêm de diante de ti, e tu dominas sobre tudo, e na tua mão há força e poder; e na tua mão está o engrandecer e dar força a tudo. Agora, pois, ó Deus nosso, graças te damos e louvamos o nome da tua glória. Porque quem sou eu, e quem é o meu povo, que tivéssemos poder para tão voluntariamente dar semelhantes coisas? Porque tudo vem de ti, e da tua mão to damos.”
4.5 CONCLUSÃO
Você gostaria de ter uma renda de 140.000 dólares por semana? Isto lhe daria 14 dólares por minuto.
William Randolf Hearst, o pai, ganhava dinheiro nesta base. Ele era o proprietário de jornal mais rico do mundo. Nascido em 29 de abril de 1863, filho de um rico proprietário de mina, William herdou mais de 16 milhões de dólares. Então trabalhou duro durante mais 60 anos para aumentar ainda mais o seu patrimônio!
Era muito importante que ele tivesse tanto dinheiro, pois era um grande gastador. Comprou um quarto de milhão de acres na Califórnia, para aí construir quatro castelos dispendiosos. Seus limites no lado do oceano se estendiam por uns
Hearst adquiriu quantidades de tesouros de arte em todo o mundo.
Comprou até castelos inteiros. Cada pedra era rotulada, acondicionada, e enviada de navio para a América onde tudo era reconstruído em seu patrimônio. Coletou coisas que iam desde relógios cuco a múmias egípcias, de modo que teve de possuir uma enorme casa para conter tudo isto e no mínimo 20 empregados para tomar conta.
Quando ele queria alguma coisa, conseguia. Uma vez ele pagou 22 mil dólares para que fosse mudada uma árvore que bloqueava sua visão do mar; preferiu isto a cortá-la simplesmente.
Mas havia alguma coisa que seu dinheiro não podia comprar como saúde, felicidade, e a própria vida. Tão preocupado vivia o Hearst com respeito à morte que a ninguém era permitido falar nela em sua presença. Se ele tivesse podido comprar a vida ao preço de um milhão por ano, poderia estar vivo ainda hoje. Mas ele morreu em 1951 e voltou ao pó, do mesmo modo como sucede a todos os homens, ricos ou pobres.
Como você pode ver, dinheiro não é tudo. A vida representa mais do que carros, iates, aviões, e belas casas. Representa mais do que dinheiro em cheques ou altas rendas semanais.
Ponha sua atenção em Jesus e no serviço para Ele. Somente um correto relacionamento com Deus pode dar-lhe real satisfação e tornar sua vida digna de ser vivida. Somente Ele pode dar a você as coisas que o dinheiro não pode comprar. Só Ele pode dar-lhe vida, vida eterna, vida que nunca se acaba.
Tenha em mente: mordomia não é escravidão e nem poderia ser. É um testemunho permanente de que Deus nos escolheu para administrar seus bens e multiplicar a bondade no mundo. Aliás, sobre multiplicar, muitos pregadores acrescentam nesta mensagem um “quinto pilar da mordomia”, o TESTEMUNHO, que no final será o resultado natural de quem adota um estilo de vida de um mordomo fiel.
Ao chegarmos ao final de mais uma programação especial de mordomia, gostaríamos de desafiar a cada participante a buscar em Deus, sabedoria para exercer a tarefa que o Senhor nos tem confiado. Devemos lembrar que teremos que prestar contas de tudo o que fizermos com os bens de Deus e até com a nossa própria vida: “De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Romanos 14:12
Que o Senhor nos abençoe e nos ajude nesta importante obra! Amém!