O Desenvolvimento Próprio, um Dever
Nosso primeiro dever para com Deus e os nossos semelhantes é o do desenvolvimento próprio. Cada faculdade com a qual o Criador nos dotou deve ser cultivada no mais alto grau de perfeição, a fim de que sejamos capazes de realizar a maior soma de bem que nos seja possível. Por isso que, o tempo gasto no estabelecimento e preservação da saúde é um tempo bem aproveitado. Não podemos permitir-nos diminuir ou invalidar qualquer função do corpo ou da mente. Tão certamente quanto fizermos isto devemos sofrer as conseqüências.
Todo homem tem a oportunidade, até certo ponto, de tornar-se tudo quanto escolher ser. As bênçãos desta vida, bem como as do estado imortal, estão ao seu alcance. Pode edificar um caráter de valor duradouro, conseguindo nova energia a cada passo. Pode crescer diariamente em conhecimento e sabedoria, cônscio de novos prazeres enquanto progride, acrescentando virtude a virtude, graça a graça. Suas faculdades se desenvolverão pelo uso; quanto maior sabedoria adquira ele, tanto maior será sua capacidade para adquirir. Sua inteligência, conhecimento e virtude desenvolver-se-ão assim com maior vigor e mais perfeita simetria.
Por outro lado, pode ele permitir que suas faculdades se entorpeçam por falta de uso ou por serem pervertidas por meio de hábitos maus, falta de domínio próprio ou de vigor moral e religioso. Seu caminho então conduz para baixo; é ele desobediente à lei de Deus e às leis da saúde. O apetite o domina; arrasta-o para longe a inclinação. É-lhe mais fácil permitir que as forças do mal, que estão sempre ativas, o arrastem para trás, do que lutar contra elas e avançar. A dissipação, a doença e a morte se seguem. Esta é a história de muitas vidas que poderiam ter sido úteis à causa de Deus e à humanidade.
Tentação por Meio do Apetite
Uma das mais fortes tentações que o homem tem de enfrentar é em relação ao apetite. No princípio Deus fez o homem reto. Ele foi criado com perfeito equilíbrio mental, sendo plena e harmoniosamente desenvolvidos o tamanho e a força de todos os seus órgãos. Mas pela sedução do astucioso inimigo, a proibição de Deus foi desrespeitada e as leis da natureza exercitaram sua plena penalidade.
A Adão e Eva foi permitido comer de todas as árvores em seu lar edênico, exceto de uma. Disse o Senhor ao santo par: No dia em que comerdes da árvore da ciência do bem e do mal, certamente morrereis. Eva foi enganada pela serpente, e levada a crer que Deus não faria como dissera. Comeu, e, cuidando que sentia a sensação de uma nova e mais exaltada vida, levou do fruto para seu marido. A serpente havia dito que ela não morreria, e ela não sentiu nenhum efeito negativo ao comer do fruto, nada que pudesse ser interpretado como a indicar morte, mas, pelo contrário, uma sensação agradável, a qual imaginava ela fosse semelhante à que os anjos experimentavam. Sua experiência se insurgia contra a positiva ordem de Jeová; contudo, Adão consentiu em ser seduzido por ela.
Dessa maneira, mesmo no mundo religioso muitas vezes observamos isto. As expressas ordenanças de Deus são transgredidas; e "visto como se não executa logo o juízo sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para praticar o mal". Ecl. 8:11. Em face dos mais positivos preceitos divinos, homens e mulheres seguem suas próprias inclinações, e depois ousam orar sobre o assunto, para induzirem Deus a admitir que eles andem contra a Sua vontade expressa. Satanás vem para o lado de tais pessoas, assim como o fez com Eva no Éden, e as impressiona. Entregam-se eles a uma elaboração mental, e consideram isso como uma magnífica experiência que o Senhor lhes tenha dado. Mas a verdadeira experiência deve estar em harmonia com as leis natural e divina; a falsa experiência insurge-se contra as leis da vida e os preceitos de Jeová.
CSS, 107.