Unicamente pela Graça
- Em: Teologia
- Por: Davi Paes Silva
"Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus." Efésios 2:8.
"É somente pela graça, o dom gratuito de Cristo, que somos salvos." Youth's Instructor, 5 de setembro de 1895.
"É pela graça que o pecador é salvo, sendo justificado gratuitamente pelo sangue de Cristo." Signs of the Times, 29 de julho de 1896.
Antônio viajava de carro para uma reunião quando, subitamente, se juntou a outros carros que se moviam lentamente envolvidos no tráfico. Como estava atrasado, depois de pouco tempo, Antônio tornou-se muito frustrado. De repente, como o estalar de um relâmpago, a frustração e ira de Antônio começou a torná-lo muito impetuoso ao volante. Depois de alguns momentos, estava se desviando e “costurando” outros carros. Logo atingiu níveis perigosos de velocidade e já dirigia sem controle. Deve ter violado todas as leis do manual!
Num instante, Antônio atingiu um garotinho na faixa de pedestres. O menino sofreu fratura no pescoço e quatro de suas costelas foram esmagadas, uma delas perfurando o coração. O menino, em terrível dor e agonia, gritava e chamava sua mãe.
Antônio, em estado de choque, correu para estar ao lado do garoto. Viu-se a si mesmo no reflexo das lágrimas do menino. Antônio gritava repetidamente. “Por favor, Deus, perdoa-me, por favor. Ó Deus, que acabo de fazer? Disse ao menino: “Lamento muito, perdoame.”
O garoto estava se contorcendo em agonia e olhou profundamente nos olhos de Antônio e disse: “Sinto tanto frio. Onde estão minha mãe e meu pai? Eu os amo, e perdoo-lhe, senhor.”
Pouco depois, o menino expirou e jazia morto. Um policial chegou, Antônio foi preso e levado ao tribunal. Estava totalmente amargurado. Nunca dantes sentira tamanha tristeza, culpa e remorso.
Quando o juiz entrou no tribunal, Antônio ficou surpreso. O juiz era um velho amigo. “Antônio, Antônio, você, meu querido e velho amigo. Que fez você?”
O juiz ouviu toda a história e começou a chorar. Disse: “Antônio, sinto sua dor e tristeza. Digo-lhe o que vou fazer. Eu o amo tanto que receberei a sua pena e lhe oferecerei o perdão do tribunal. Você está livre. Vou a prisão em seu lugar. Eis quanto você significa para mim.”
Antônio ficou boquiaberto, e disse: “Não, não, lamento muito. Por favor, perdoa-me Não pode deixar passar o fato desta vez?” O juiz disse: “Não, Antônio, a lei é a lei e não pode ser mudada. A dívida tem que ser paga. Mas eu a pagarei em seu favor.”
Os anos se passaram, e Antônio visitou algumas vezes seu velho amigo na prisão. Então, um dia, ele ouviu como seu amigo havia morrido na prisão com o coração solitário e partido.
Cheio de tristeza, Antônio foi à Polícia e disse ao oficial que o atendeu: “Eu fui o culpado, contudo meu amigo passou por toda sorte de sofrimento e agonia por mim, e agora está morto. Não posso suportar mais, por favor tranque-me atrás das grades e jogue fora a chave. Sou uma pessoa egoísta e um terrível pecador, e vivo somente para mim mesmo.” O policial lhe disse: “Lamento, senhor, não posso fazer isso. O crime que você cometeu foi totalmente pago. A lei diz que um crime não pode ser pago duas vezes. Não posso tocá-lo, e você esta livre.”
Antônio, chorando e soluçando, voltou ao seu carro, deu partida e se afastou. Ele jamais quebrou a lei outra vez. Obedeceu a lei motivado por um amor puro e sincera gratidão por seu amigo que sofrera por ele. Todos os dias dirigia fiel à lei, pensando em seu amigo e na grande tristeza que havia causado por quebrar a lei pela primeira vez.
Leitor, pode ver como Antônio amava e era amado? Por favor, não confunda obediência com legalismo. Amor não é legalismo. Amor conduz à obediência. Antônio guardava a lei por puro amor. Já estava livre da prisão e morte, e agora totalmente livre!
Quão tolo seria Antônio, agora, se pulasse no carro e, outra vez, quebrasse a lei por excesso de velocidade na rodovia e ferisse outra pessoa! Perdão não é licença para continuar na transgressão. Suponha que você seja abordado por um policial que lhe diga: “Você violou a lei e está sob ordem de prisão.” Você não lhe responderia: “Não, senhor. Não pode prender-me. Fui perdoado pelo tribunal. Posso fazer o que quero.” E, se você utilizasse tal desculpa, pensa seriamente que o policial o deixaria livre?
A lei continua em vigor, mas é incapaz de salvá-lo da punição que você merece devido às suas transgressões. Mesmo que alguma outra pessoa, que tenha cumprido a lei, pague a penalidade por você, a lei ainda continua em vigor. Eis o ponto no qual algumas pessoas se confundem em relação à sua posição diante de Deus. Pensam assim: porque a salvação só pode ser obtida pela graça mediante a fé, a obediência aos mandamentos da lei de Deus não é mais necessária. Essa teologia errada não tem nenhuma base no Novo Testamento.
Jesus e os apóstolos ensinaram que tentar ganhar a salvação pelas obras da lei é legalismo farisaico. Devemos obedecer, não para ser justificados, mas porque já fomos justificados. A salvação é pela graça mediante a fé. A obediência é o resultado, a evidência da salvação. Não e legalismo: pelo contrário, é a prova de nosso relacionamento com Jesus, que disse: “Se vocês me amam, guardarão os meus mandamentos.” João 14:15 (NIV).
Finalmente, após examinar todas as evidências, está é a única conclusão a que podemos chegar. Somos salvos unicamente pela graça divina mediante a fé (Efésios 2:8)–“fé que opera por amor” (Gálatas 5:6). E o que é amor? “Este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos.” 1 João 5:3.
De que somos salvos? Cristo veio “salvar o seu povo dos pecados deles.” (Mateus 1:21). E que é pecado? “Pecado e transgressão da lei (1 João 3:4). Desse modo, se somos salvos do pecado, das nossas transgressões (Romanos 4:15; Hebreus 9:15), somos colocados em uma posição onde podemos obedecer a lei de Deus (Romanos 3:31), e praticar boas obras (Efésios 2:10; Tiago 2:14), obras de justiça e misericórdia (Mateus 23:23)
RELAÇÃO ENTRE A GRAÇA E AS OBRAS
“Cremos que fomos salvos pela graça do Senhor Jesus, como também aqueles o foram.” Atos 15:11.
“Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus.” Romanos 3:23 e 24.
“Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo.
Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida.
Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos.” Romanos 5: 17-19.
“Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça. E daí? Havemos de pecar porque não estamos debaixo da lei, e sim da graça? De modo nenhum!” Romanos 6:14, 15.
“Deus pode fazer-vos abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra.” 2 Coríntios 9:8.
“Estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, –pela graça sois salvos... Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.” Efésios 2:5, 8-10.
“Porque Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação. Não te envergonhes, portanto, do testemunho de nosso Senhor, nem do seu encarcerado, que sou eu; pelo contrário, participa comigo dos sofrimentos, a favor do evangelho, segundo o poder de Deus, que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos.” 2 Timóteo 1:7-9.
“Por isso, cingindo o vosso entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que vos está sendo trazida na revelação de Jesus Cristo.” 1 Pedro 1:13.
“Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno.” 2 Pedro 3:18.
“O Espírito e a noiva dizem: Vem! Aquele que ouve, diga: Vem! Aquele que tem sede venha, e quem quiser receba de graça a água da vida.” Apocalipse 22:17.
GRAÇA E OBEDIÊNCIA
“A glória do evangelho da graça mediante a justiça imputada de Cristo não provê outro caminho de salvação a não ser pela obediência à lei de Deus na pessoa de Jesus Cristo, o divino substituto. Na antiga dispensação, os crentes eram salvos pela graça de Cristo segundo o evangelho, como somos salvos hoje. O único meio de salvação é provido sob o concerto Abraâmio.” Signs of the Times, 05 de setembro de 1892.
“Sob o concerto da graça, as condições de vida eterna são precisamente as mesmas dadas ao homem no Éden. O pecador crente, mediante seu substituto e fiador divino, presta obediência à lei de Deus. A misericórdia assegurada ao homem é a recompensa do mérito de Cristo, que Se deu a Si mesmo por nós para que pudesse remirnos de toda iniqüidade, e ‘purificar para Si mesmo um povo peculiar, zeloso de boas obras.’ A provisão feita em favor da salvação do homem mediante a justiça imputada de Cristo não anula as boas obras, liberando-nos de nossa obrigação de guardar a lei, nem diminui no mínimo suas santas demandas. Cristo veio para exaltar a lei e tornála gloriosa, para revelar seu caráter amplo e imutável. A glória do evangelho da graça é a justiça imputada de Cristo provendo um meio de salvação através da obediência a lei de Deus mediante o Espírito Santo morando em nós.” The Messenger, 10 de maio de 1893.
“No concílio do Céu foi feita provisão para que o homem, embora transgressor, não perecesse em sua desobediência, mas mediante fé em Cristo como seu substituto e fiador pudesse tornarse eleito de Deus, predestinado para a adoção como filho por Jesus Cristo, para Si mesmo, de acordo com a Sua boa vontade. Deus deseja que todos os homens se salvem. Ao dar Seu Filho unigênito como resgate do homem, fez ampla provisão para a salvação do mundo. Ninguém necessita perecer a menos que recuse ser adotado como filho de Deus mediante Jesus Cristo. Muitos permitem que o orgulho os impeça de aceitar as provisões da salvação. Não consentirão em que a graça de Cristo lhes seja comunicada mediante a fé em Seu nome. O mérito humano, porém, não tornará o homem aceitável a Deus. Nenhuma dependência pode ser colocada sobre suas boas obras, pois sem Cristo ele não pode fazer nada. Os eleitos são os que são escolhidos mediante Cristo para a santificação do Espírito e crença na verdade. Mas [Deus] não deseja a infelicidade de nenhuma de Suas criaturas. É seu desejo que ninguém se perca, mas que todos venham ao arrependimento e ao conhecimento da verdade.” The Messenger, 12 de abril de 1893
“‘Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.’João 3:16.
Através do unigênito Filho de Deus, a vida e a imortalidade são trazidas à luz. Através dEle brotam as fontes da salvação. Através dEle vem o poder mediante o qual o caráter pode ser reformado, e a alma renovada para ostentar a imagem moral de Deus. Quando as almas são convertidas a Deus, tornam-se meios mediante os quais a corrente vital pode ser comunicada para a transformação do caráter de muitos outros. Sendo elas mesmas recuperadas do poder de Satanás, sabem como trabalhar. A natureza humana se torna unida com a natureza divina, Cristo vive na alma humana, e age mediante os poderes do corpo, da alma e do espírito. Da alma convertida, a luz brilha para os que estão perecendo. Os que estiveram no pecado, e experimentaram o amor de Cristo, sabem como simpatizar, como se adaptar àqueles que estão no pecado e na tristeza, e podem exercer o amor de Cristo mediante o canal da afeição humana. Assim, a corrente de bênção e alegria flui através do canal humano consagrado ao serviço de Deus. Que corrente de ações de graças e alegria reflui para Deus mediante os canais humanos. Muitos poderiam se unir como membros ativos do exército do Senhor em lugar de viver uma vida de egoísmo e satisfação própria, que, por fim, prova ser não vida, mas uma falsa imitação da mesma. Mas, quando a vida é enriquecida com a vida de Cristo, quando seus impulsos são vivificados pela fé que opera por amor e purifica a alma, então os mais elevados propósitos são levados a efeito, a mais nobre obra é feita, em nome de Cristo. Através de Sua própria graça transformadora, Cristo é multiplicado nas vidas dos que são restaurados a Sua imagem. Eles cooperam com Cristo em oferecer o dom divino a toda a família humana.” Review Herald, 12 de novembro de 1895.
“É a graça de Cristo que atrai os homens a Si mesmo, e nEle somente ha esperança e salvação para o pecador. O homem é indigno de qualquer favor de Deus, mas, quando Cristo Se torna sua justiça, ele pode pedir e receber, em Seu nome e através dos Seus méritos, a graça e o favor de Deus. Jesus suportou a justa penalidade da lei, para que pudéssemos ter Sua graça. Mas esse fato não significa subversão da lei. Paulo pergunta: ‘Anulamos, pois, a lei pela fé?
Não, de maneira nenhuma! Antes estabelecemos a lei.” Romanos 3:31. A concessão da graça de Cristo ao pecador arrependido é para que ele possa ser posto em perfeita harmonia com o governo do Céu. Na cruz, misericórdia e verdade se encontraram; justiça e paz se beijaram.” Signs of the Times, 10 de novembro de 1890.
“Sem a graça de Cristo acha-se o pecador em estado desesperador; coisa alguma pode ser feita em seu favor; mas pela graça divina é comunicado ao homem poder sobrenatural, que opera em seu espírito, coração e caráter. É pela comunicação da graça de Cristo que se discerne o pecado em sua natureza odiosa, sendo, afinal, expulso do templo da alma. É pela graça que somos levados em comunhão com Cristo, para com Ele sermos associados na obra da salvação.” Fé e Obras, pág. 100.
“Lamento que tantos estejam em dúvida em relação á justificação pela fé, e que alguns se coloquem em oposição à luz que Deus tem dado sobre este assunto. Os pecadores são submetidos a julgamento. Devem responder à acusação de haverem transgredido a lei de Deus. A única esperança deles é aceitar Jesus Cristo, seu Substituto. Ele redimiu a raça caída da maldição da lei, tendo-Se tornado pecado– maldição–por eles. Nada, a não ser a graça de Cristo, é suficiente para libertar o transgressor da escravidão. Mediante Sua graça, os que são obedientes aos mandamentos de Deus são libertados. Se o pecador se arrepende, o perdão lhe é assegurado mediante os méritos de Cristo. Os que compreendem este assunto em seu verdadeiro significado compreenderão mais plenamente o maravilhoso plano da salvação. Não desejarão discutir apenas o que significa Cristo ser nossa justiça, nem desejarão tentar explicar questões que de nenhum modo tornam mais claros os termos da salvação. Não é essencial compreender pormenores quanto à relação entre as duas leis. É de muito maior conseqüência que saibamos se estamos justificados [pela graça] ou se somos condenados pelos santos preceitos da lei de Deus.” The Worker’s Bulletin, 09 de setembro de 1902.
“O grande dom da salvação é-nos oferecido gratuitamente, mediante Jesus Cristo, sob condição de que obedeçamos a lei de Deus. E individualmente devemos aceitar os termos da vida com a mais profunda humilhação e gratidão. Ninguém que não reverencie os estatutos do seu governo jamais entrará na cidade de Deus. E agora é o tempo a nós concedido para ganhar o domínio, mediante a graça divina, de todo pensamento e ação rebeldes, para operar a nossa própria salvação, não com arrogante confiança própria, mas com temor e tremor. Não devemos favorecer os preconceitos e costumes deste mundo a custa de nossas obrigações com Deus.
Devemos viver como à vista do Céu, com nenhum outro objetivo para nossa ambição e trabalho senão a glória do nosso Criador e Redentor. Devemos viver, crendo que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus. Devemos perguntar-nos: ‘Estou modelando meu caráter segundo o Modelo que Deus me deu? Estão meus olhares fitos em Jesus? São minhas ações controladas pelas influências celestiais? Se nossos olhos forem honestos, todo o nosso corpo estará cheio de luz, e o mundo e seus sentimentos não nos afastarão do progresso constante em direção ao prêmio da nossa soberana vocação em Cristo Jesus. Cristo orou ao Seu Pai, ‘Não peço que os tires do mundo’– oh, não; eles devem ser a luz do mundo – e sim que os guardes do mal.’ Devemos estar no mundo mas não ser dele – brilhando com a luz refletida de Jesus. Não devemos viver para nós mesmos, misturando-nos com as trevas do mundo. Preservados dos seus males, devemos dedicar nossa vida a serviço ativo e fervoroso, como soldados fiéis ao Capitão da nossa salvação. Isso santificará a alma. Enquanto buscarmos a salvação e o bem dos outros, seremos obreiros juntamente com Deus, aprendendo Seus métodos e participando do Seu poder.” Signs of the Times, 15 de dezembro de 1887.
“Se a prata e o ouro fossem suficientes para a compra da salvação do homem, quão fácil isto teria sido para Aquele que diz: ‘Minha é a prata, e Meu é o ouro.’ Ageu 2:8. Mas só pelo precioso sangue do Filho de Deus podia o transgressor ser redimido. O plano da salvação foi elaborado em sacrifício. O apóstolo Paulo escreveu: ‘Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós Se fez pobre; para que pela Sua pobreza enriquecêsseis.’ 2 Coríntios 8:9. Cristo Se deu por nós para nos redimir de toda a iniqüidade. E como a excelente bênção da salvação, ‘o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.” Romanos 6:23.” Atos dos Apóstolos, pág. 519.
“Quem procura alcançar o Céu por suas próprias obras, guardando a lei, tenta uma impossibilidade. Não pode o homem salvarse sem a obediência, mas suas obras não devem provir de si mesmo; Cristo deve operar nele o querer e o efetuar, segundo Sua boa vontade. Se o homem pudesse salvar-se por suas obras, teria ele algo em si mesmo pelo qual se alegrar. O esforço que o homem faz em suas próprias forças para obter a salvação é representado pela oferta de Caim. Tudo que o homem pode fazer sem Cristo é poluído pelo egoísmo e pecado; mas aquilo que é operado pela fé é aceitável a Deus. Quando procuramos alcançar o Céu pelos méritos de Cristo, a alma faz progresso. Olhando para Jesus, autor e consumador de nossa fé, podemos prosseguir de força em força, de vitória em vitória; pois, por meio de Cristo, a graça de Deus operou nossa salvação completa.” Fé e Obras, pág. 94.
“Cristo é chamado ‘o Senhor justiça nossa’, e pela fé deve cada qual dizer: ‘O Senhor justiça minha.’ Quando a fé se apodera desse dom de Deus, o louvor de Deus estará em nossos lábios, e seremos habilitados a dizer aos outros: ‘Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.’ João 1:29. Seremos, então, capazes de falar aos perdidos acerca do plano da salvação; que enquanto o mundo jazia sob a maldição do pecado, o Senhor apresentou condições de misericórdia ao caído e desesperançado pecador, revelando-lhe o valor e o sentido de Sua graça. Graça é favor imerecido. Os anjos, que nada conhecem de pecado, não compreendem o que seja a aplicação da graça para com eles; mas nossa pecaminosidade requer a concessão da graça por parte de um Deus misericordioso. Foi a graça que enviou nosso Salvador a buscar-nos, errantes, e restituirnos ao redil.” Mensagens Escolhidas, vol 1, págs. 331 e 332.
“Que poderia ser mais digno de ocupar nossos pensamentos do que o plano da redenção? É um tema inesgotável. O amor de Jesus, a salvação oferecida ao homem decaído por esse infinito amor, a santidade do coração, a verdade preciosa e salvadora destes últimos dias e a graça de Cristo, são assuntos próprios para animar a alma e fazer que o coração puro experimente a felicidade que tiveram os discípulos quando Jesus com eles caminhou ao dirigirem-se para Emaús.” Mente, Caráter e Personalidade, vol. 2, pág. 574.
FÉ
A fé em si mesma não possui nenhum mérito, mas se apega aos méritos de Cristo para justificação, santificação, glorificação e para a vida eterna.
“Mediante a fé, recebemos a graça de Deus; mas a fé não é nosso salvador. Ela não obtém nada. É a mão que se apega a Cristo e se apodera de Seus méritos, o remédio contra o pecado.” O Desejado de Todas as Nações, pág. 175.
“O seguidor de Cristo precisa ter no coração fé perseverante; pois sem ela é impossível agradar a Deus. A fé é a mão que se apega ao auxílio infinito; é o meio pelo qual o coração renascido é levado a pulsar em uníssono com o coração de Cristo.
“Em seu esforço por atingir o ninho, a águia é, muitas vezes, abatida pela tempestade nos estreitos desfiladeiros das montanhas. As nuvens, em massas negras e iradas, permanecem entre ela e as alturas batidas pelo sol, em que se encontra o seu ninho. Por algum tempo fica aturdida, seguindo ora este ora aquele rumo, batendo as fortes asas como se quisesse espancar as densas nuvens. Desperta os pombos das montanhas, com seus gritos selvagens, em seus vãos esforços por encontrar saída de sua prisão. Por fim, precipita-se para o alto, para dentro das nuvens negras, e dá um estridente grito de triunfo ao emergir, um momento depois, na calma luz do sol acima. As trevas e a tempestade estão abaixo, e a luz do céu brilha ao seu redor. Alcança o ninho amado, no alto rochedo, e está satisfeita. Foi através das trevas que alcançou a luz. Custou-lhe esforço, mas está recompensada, alcançando o objeto desejado.” Mensagens aos Jovens, págs. 102 e 103.
“Os poderes das trevas se adensam em torno da alma e excluem Jesus ao nosso olhar, e por vezes só nos é possível, em espanto e aflição, esperar até que as nuvens passem. Esses períodos, às vezes, são terríveis. A esperança parece falhar, e de nós se apodera o desespero. Nessas horas tremendas, precisamos aprender a confiar, a depender unicamente dos méritos da expiação, e em toda a nossa impotente indignidade, lançar-nos sobre os méritos do Salvador crucificado e ressurgido. Nunca pereceremos enquanto assim fizermos– nunca!” Mensagens Escolhidas, vol. 3, pág. 145.”
“A fé e as obras vão juntas, crer e fazer se combinam.” Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 373.
“E impossível para qualquer de nós ter um conhecimento prático desta união com Cristo sem o exercício constante da fé. A fé liga nossas almas a Ele, e torna-nos participantes da natureza divina. Nosso crescimento espiritual, nossa paz, nossa firmeza, nossa obediência constante às palavras de Cristo, tudo depende do grau de fé que temos em Deus. ‘Sem fé é impossível agradá-Lo’, pois não podemos fazer qualquer coisa com motivos aceitáveis, a não ser mediante a graça de Cristo, e essa graça pode ser suprida somente através do canal da fé, que abre o caminho de comunicação direta entre nossa alma e Deus. De acordo com a nossa fé, somos capacitados a vencer principados, e poderes, e as hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais. O egoísmo não florescerá no coração que exerce fé vivente. Não se condescenderá com o pecado onde a fé contempla Deus e os anjos observando o desenvolvimento do caráter, e pesando o valor moral. A vida eterna, o dom de Deus através de Jesus Cristo, é uma realidade preciosa, e o pecado se torna excessivamente maligno e aborrecível. A fé contempla ‘o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo,’ e compreende algo do custo do Calvário.” Signs of the Times, 23 de março de 1888.
NÃO FÉ MAIS OBRAS, MAS FÉ QUE OPERA
“Se a fé e as obras adquirissem o dom da salvação para alguém, o Criador estaria em obrigação para com a criatura. Eis aqui uma oportunidade para a falsidade ser aceita como verdade. Se alguém pode merecer a salvação por alguma coisa que faça, encontra-se, então, na mesma posição que os católicos para fazer penitência por seus pecados. A salvação, nesse caso, consiste em parte numa dívida que pode ser quitada com o pagamento. Se o homem não pode, por qualquer de suas boas obras, merecer a salvação, então ela tem de ser inteiramente pela graça recebida pelo homem como pecador, porque ele aceita Jesus e crê nEle. A salvação é inteiramente um dom gratuito. A justificação pela fé está fora de controvérsia. E toda essa discussão estará terminada logo que seja estabelecida a questão de que os méritos do homem caído, em suas boas obras, jamais poderão obter a vida eterna para ele.” Fé e Obras, pág. 20.
“Porque, em Cristo Jesus, nem a circuncisão, nem a incircuncisão têm valor algum, mas a fé que atua pelo amor.” Gálatas 5:6.
PERIGOS DE AMBOS OS LADOS
“Há perigos contra os quais estar acautelados à direita e à esquerda. Haverá pessoas inexperientes, recém conversas, que necessitam ser fortalecidas, e terem diante de si um exemplo correto. Alguns não farão o uso devido da doutrina da justificação pela fé. Apresentá-la-ão de maneira unilateral.
“Outros lançarão mão de idéias que não foram devidamente apresentadas, e passam completamente sobre o limite, passando de todo por alto as obras.
“Ora, a fé genuína sempre opera por amor. Quando olhais ao Calvário não é para aquietar vossa alma na falta de cumprimento do dever, nem para vos acalmar para dormir, mas para criar fé em Jesus, fé que opere, purificando a alma do lodo do egoísmo. Quando lançamos mão de Cristo pela fé, nossa obra apenas começou. Todo homem tem hábitos corruptos e pecaminosos que precisam ser vencidos por combate vigoroso. Requer-se de toda alma que combata o combate da fé. Se alguém é seguidor de Cristo, não pode ser astuto no negócio, não pode ser duro de coração, falto de compaixão. Não pode ser vulgar na linguagem. Não pode ser cheio de arrogância e presunção. Não pode ser despótico, nem usar palavras ásperas, e censurar e condenar.
“O trabalho de amor brota da operação da fé. A religião bíblica significa constante trabalho. ‘Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos Céus.’ Mateus 5:16. Operai a vossa salvação com temor e tremor, pois é Deus que opera em vós tanto o querer como o efetuar segundo a Sua boa vontade. Devemos ser zelosos de boas obras, cuidadosos de manter boas obras. E a Testemunha fiel diz: ‘Eu sei as tuas obras.’ Apocalipse 2:2.
“Se bem que seja verdade que nossas atarefadas atividades não nos asseguram, em si mesmas, a salvação, também é verdade que a fé que nos liga a Cristo estimulará a alma à atividade.” Mensagens Escolhidas, vol 2, pág. 20.
“A lei deve ser apresentada aos seus transgressores não como coisa à parte de Deus, mas, antes, um expoente de Seu pensamento e caráter. Como não pode a luz do Sol ser separada do Sol, assim não pode a lei de Deus ser apresentada corretamente ao homem à parte do Autor divino. O mensageiro deve estar habilitado a dizer: Na lei de Deus está a vontade divina; vinde, vede por vós mesmos que a lei é o que Paulo a declarou ser - santa, justa e boa. Ela reprova o pecado, condena o pecador, mas mostra-lhe sua necessidade de Cristo, com quem há abundância de misericórdia, e bondade e verdade.” Mensagens Escolhidas, vol 1, pág. 371.
“Não é por meio de debates e discussões que a alma é iluminada. Devemos olhar e viver. Nicodemos recebeu a lição, e levou-a consigo. Examinou as Escrituras de maneira nova, não para a discussão de uma teoria, mas a fim de receber vida para a alma. Começou a ver o reino de Deus ao submeter-se à direção do Espírito Santo.
“Milhares existem, hoje em dia, que necessitam da mesma verdade ensinada a Nicodemos mediante a serpente levantada. Confiam em sua obediência à lei de Deus para se recomendarem a seu favor. Quando são solicitados a olhar a Jesus, e a crer que Ele os salva apenas pela Sua graça, exclamam: ‘Como pode ser isso?’
“Como Nicodemos, devemos estar prontos a entrar na vida pela mesma maneira que o maior dos pecadores. Além de Cristo ‘nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos’. Atos 4:12.” O Desejado de Todas as Nações, pág. 175.
SUMÁRIO
Pela fé temos acesso à graça, pela qual somos justificados e salvos. (Romanos 3:24; 5:1, 2; Efésios 2:8; Tito 2:11); somos, porém, julgados pelas obras (Apocalipse 20:12; 22:12).
“Milhares existem, hoje em dia, que necessitam da mesma verdade ensinada a Nicodemos mediante a serpente levantada. Confiam em sua obediência à lei de Deus para se recomendarem a seu favor. Quando são solicitados a olhar a Jesus, e a crer que Ele os salva apenas pela Sua graça, exclamam: ‘Como pode ser isso?’” O Desejado de Todas as Nações, pág. 175.
“Os poderes das trevas se adensam em torno da alma e excluem Jesus ao nosso olhar, e por vezes só nos é possível, em espanto e aflição, esperar até que as nuvens passem. Esses períodos, às vezes, são terríveis. A esperança parece falhar, e de nós se apodera o desespero. Nessas horas tremendas, precisamos aprender a confiar, a depender unicamente dos méritos da expiação, e em toda a nossa impotente indignidade, lançar-nos sobre os méritos do Salvador crucificado e ressurgido. Nunca pereceremos enquanto assim fizermos– nunca!” Mensagens Escolhidas, vol. 3, pág. 145.”