A PRÁTICA DA FIDELIDADE
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Texto Básico: Malaquias 3:10
Introdução
Este é um dos assuntos menos saborosos a dezenas de paladares. Sempre que analisado, suscita uma série de inquietudes na mente de alguns cristãos. Todavia, é bom lembrar que ele faz parte do plano de Deus e é Sua vontade que o compreendamos.
Não se trata de levar-nos ao legalismo, mas tornar-nos conscientes de nosso privilégio e responsabilidade para com Deus e Sua Obra.
A Quem servimos?
a) Servimos a Um Deus Criador:
“No princípio criou Deus os céus e a terra” Gên. 1:1. Após criar todas as coisas Deus disse: “Façamos o homem à Nossa imagem, conforme a Nossa semelhança...E criou Deus o homem à Sua imagem; à imagem de Deus o criou.” Gênesis 1:26 e 27. O que vemos nestes versos? Vemos um Ser Onipotente, Criador dos céus, da terra e dos seres viventes.
A majestade do universo aponta para um Criador inteligente e Todo-poderoso, que cria; produz por conta; chama com autoridade, e nada falta.
b) Servimos a Um Deus que Redime:
“O qual a Si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda a iniquidade e purificar para Si mesmo um povo exclusivamente Seu, zeloso de boas obras.” Tito 2:14
Cientes de que pertencemos a Deus por criação e redenção, devemos consagrar-nos totalmente ao Senhor, bem como os bens que Ele nos confia, para que a Sua vontade se cumpra em nós.
Embora o dinheiro seja a solução para muitas necessidades humanas, ele se torna um assunto doloroso para alguns quando se fala de dízimo. Não obstante, através do dinheiro, Deus fala ao ser humano, ansioso por mostrar-lhe como tornar-se uma benção pelo sábio uso do mesmo.
No que diz respeito aos dízimos, o que Deus espera de nós?
I Cor. 4:2 "Além disso, requer-se nos despenseiros que cada um se ache fiel."
“Fiel”, palavra grega Pistós, que significa: “Digno de confiança”.
A qualidade de ser digno de confiança é uma das mais valiosas virtudes que o homem pode possuir. Deus a tem em grande estima. Fracassar neste sentido significa afastar-se dos caminhos que conduzem a vida eterna, pois receberão o galardão celestial, somente aqueles em quem Deus pode confiar em todas as circunstâncias.
Demostramos que somos fiéis quando devolvemos a Deus tudo o que Lhe pertence, inclusive os dízimos. Juntamente com isto procuramos glorificá-Lo em todos os outros detalhes de nossa vida.
Como podemos glorificar a Deus nos dízimos?
a) Correspondendo à confiança divina.
Deus disse: “Filho, vou emprestar-te tesouros, casa, terrenos, alimento, roupas, mas você deve lembrar que todas estas coisas são Minhas”. Assim, quando devolvemos fielmente o dízimo, estamos dizendo: “Senhor, reconheço que todas as coisas que tenho vieram de Tuas mãos, e a Ti pertencem.”
Reconhecemos a Deus como o nosso Criador, Mantenedor e Proprietário.
Salmos 24:1, 2 “Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam. Porque Ele a fundou sobre os mares, e a firmou sobre os rios.”
Salmos 50:10, 11 “Porque meu é todo animal da selva e as alimárias sobre milhares de montanhas. Conheço todas as aves dos montes; e minhas são todas as feras do campo.”
b) Devolvendo fielmente o dízimo.
Malaquias 3:10 “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na Minha casa, e depois fazei prova de Mim, diz o Senhor dos Exércitos, se Eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança.”
O texto está evidenciando que havia dizimistas que devolviam um dízimo parcial, fictício, infiel. Deus diz: “Trazei todos os dízimos”. O doador de tudo o que possuímos (bens que Ele nos concedeu) tem o direito de ordenar e esperar que lhe demos tudo o que a Ele pertence por direito. Vejamos dois exemplos bíblicos:
1- Abraão
Em Gên. 14:18-20, temos a narrativa do encontro de Abraão com o Sacerdote Melquisedeque.
Melquisedeque era sacerdote do Deus Altíssimo e, por isto, estava credenciado para abençoar Abraão. E abençoou-o de fato. E Abraão, um exemplo de fé e piedade, religiosamente devolveu o dízimo de tudo. (Gên. 14:18-20 é o primeiro texto que faz referência direta ao dízimo).
O fato de Abraão devolver o dízimo de tudo quanto possuía, mostra que este preceito não foi um recurso temporário para sustentar o sistema de sacrifício no Antigo Israel, mas uma prática permanente instituída por Deus desde os tempos antigos.
Abraão, de quem Deus testificou que havia guardado Seus mandamentos, estatutos e leis (Gên. 26:5), cumpria conscientemente todos os seus deveres religiosos. Ao devolver todos os dízimos, o pai da fé, deu um exemplo para todos os que desejam servir a Deus e participar de Suas bênçãos.
2- Jacó
“... de tudo quanto me deres, certamente eu Te darei o dízimo” Gênesis 28:22
As palavras de Jacó expressam o desejo de ser um dizimista fiel.
O voto de Jacó, não era para ganhar o favor de Deus, mas a demonstração de um coração humilde e agradecido pelo perdão recebido.
Aquele que saiu de Canaã tendo apenas um cajado em sua mão, fé e disposição para fazer a vontade de Deus, voltou 20 anos mais tarde com muito gado, ovelhas, camelos, servos e grande família.
Quando o cristão cumpre a sua parte na devolução de um dízimo fiel, Deus abre as janelas dos céus proporcionando bênçãos sem medidas. (Mal. 3:10)
Deus quer a nossa fidelidade. E fidelidade nos dízimos é devolver ao Senhor a décima parte das nossas rendas.
“O dízimo de todas as nossas rendas é do Senhor. Reservou-o para Si, para ser empregado em fins religiosos. Santo é. Nada menos que isso aceitou Ele em qualquer dispensação.” Conselhos Sobre Mordomia, pág. 67
“Todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores, são do Senhor; santas são do Senhor.” Lev. 27:30
Amplitude do dízimo
É bom lembrar que o princípio do dízimo abrange tudo aquilo que o Senhor nos confiou. Isto significa que os bens que possuímos, representados por terras, casas ou apartamentos, veículos, etc, devem estar dizimados. “De tudo quanto me deres, Te darei o dízimo”.
“Jacó deu o dízimo de tudo quanto possuía, e depois calculou o dízimo que usara, e deu ao Senhor...” Conselhos sobre Mordomia, pág. 99
Ilustração
Um pastor distrital que auxiliava o tesoureiro de um dos grupos se deparou com um dízimo cujo valor chamou a atenção.
Perguntando ao irmão sobre a procedência daquele dízimo, disse: “Pastor, eu vendi um sítio e estou devolvendo o dízimo.” Indagou, então, se o dinheiro da compra do sítio havia sido dizimado. E a resposta foi: “Sim, pastor, tudo o que tenho está dizimado.”
O irmão estava devolvendo o dízimo correspondente ao valor da venda do sítio. Foi explicado a ele que se o sítio estava dizimado, ele deveria corrigir o valor da compra e compará-lo com o da venda e devolver o dízimo do lucro.
O irmão disse: “Pastor, Deus tem sido tão bom para comigo, tem me concedido muitas bênçãos, e eu quero devolver o dízimo de tudo.”
É melhor “exceder às exigências do dever a não cumpri-las”.
Dízimos atrasados
Isto pode parecer estranho, mas devido algum momento de fraqueza espiritual isto pode acontecer. Não deveria, mas às vezes acontece.
Quanto aos dízimos atrasados, E. G. White afirma ser “propriedade de Deus” (CSM, 96) e aconselha a fazer planos para devolvê-los ao Senhor, “tanto quanto possível endireitai o passado.”(CSM, 98)
“Se tiverdes recusado lidar honestamente com Deus, eu vos suplico que penseis em vossa deficiência, e, sendo possível, façais a restituição... Começai agora a agir como cristãos... Agora, enquanto ainda não é tarde demais para endireitar os erros...” (CSM 100)
Conclusão
Ilustração: Homem que concorda com o dízimo, mas se isenta da sua prática. Vamos acompanha-lo no decorrer do ano:
1o mês - Não contribui com os dízimos porque faltou liquidar algumas dívidas do ano anterior. 2o mês - Ao receber o pagamento, pagou todos os devedores, fez compras e não sobrou dinheiro; lamentou não ter separado o dízimo em primeiro lugar. Prometeu não agir assim no próximo mês. 3o mês - Foi impossível devolver o dízimo, pois a esposa adoeceu e teve de comprar remédios. 4o mês - Separou o dízimo, mas foi obrigado a emprestá-lo a um irmão necessitado que não pagou até hoje. Sabe, família é família! 5o mês — Precisou do dinheiro para pagar uma prestação atrasada, não pôde devolver o dizimo. 6o mês — Deu uma pequena oferta para a Igreja, pois a situação não estava muito boa. 7o mês — Foi convidado para uma festa de aniversário, teve muitas despesas, não devolveu o dízimo. 8° mês — Precisou reformar a casa, comprou material de construção, a situação "apertou". 9o mês — O dinheiro com que poderia devolver o dízimo teve de dar ao pedreiro; ficou para o próximo mês. 10° mês - Agora, ia separar o dízimo. Neste mês, ainda não vou dar, mas no mês seguinte darei, haja o que houver. 11o mês — Foi mandado embora do emprego, infelizmente não poderia dar o dízimo, pois ficou desempregado. 12° mês — Prometeu ao Senhor que, se lhe desse um bom emprego, no próximo ano seria dizimista fiel.
Prezados:
· Servimos a um Deus real;
· Sua promessa é real;
· O céu é real;
· A vida eterna é real;
· Temos um Salvador real;
· A nossa fidelidade está sendo real?
· O dízimo que devolvemos é um dízimo real?
Que o Senhor nos impressione com esta grande verdade e que jamais venhamos a usar ou desviar do seu sagrado propósito o que é santo ao Senhor.
Que Deus nos abençoe e cumpra em nós as Suas gloriosas promessas!
Amém!