"Dai ao Senhor a Glória Devida ao Seu Nome"
"Aquele, porém, que se gloria, glorie-se no Senhor. Pois não é aprovado quem a si mesmo se louva, mas sim aquele a quem o Senhor louva." 2 Coríntios 10:17.
Desde o dia em que Salomão recebeu o encargo de construir o templo até a época de sua conclusão, seu declarado propósito era "edificar casa ao nome do Senhor, Deus de Israel". 1 Reis 8:17. Este propósito foi plenamente reconhecido perante Israel, reunido durante a dedicação do templo. Em sua oração Salomão reconheceu que Jeová havia dito: "O Meu nome estará ali." 1 Reis 8:29.
Uma das partes mais tocantes da oração dedicatória de Salomão foi sua súplica pelos estrangeiros que viessem "de terras remotas, por amor do nome de Deus, pois ouviriam do Seu grande nome, e da Sua forte mão, e do Seu braço estendido" em favor de todo forasteiro que orasse "voltado para esta casa". 1 Reis 8:41, 42. Salomão rogou ao Senhor: "Ouve Tu nos Céus, lugar da Tua habitação, e faze conforme tudo o que o estrangeiro a Ti clamar, a fim de que todos os povos da terra conheçam o Teu nome, para Te temerem como o Teu povo Israel, e para saberem que pelo Teu nome é chamada esta casa que edifiquei." Versículo 43.
No encerramento da cerimônia Salomão exortou Israel a ser fiel e verdadeiro para com Deus a fim de que "todos os povos da terra" soubessem "que o Senhor é Deus, e que não há outro." Versículo 60.
O templo de Jeová era uma maravilha de riqueza e glória, inigualada por obra alguma de arte humana. Alguém maior que Salomão foi o arquiteto desse edifício. A sabedoria e a glória de Deus ali estavam reveladas. Era natural que os não familiarizados com a fonte da sabedoria de Salomão, admirassem e louvassem o agente humano. Mas o rei dispensou qualquer honra pela concepção e edificação de tão magnificente estrutura.
A rainha de Sabá, ao fim de sua visita a Jerusalém, foi constrangida pelo que havia visto e aprendido não a exaltar a Salomão, mas a exclamar:
"Bendito seja o Senhor teu Deus, que Se agradou de ti, para te pôr no trono de Israel. Porque o Senhor, Porque o Senhor ama a Israel para sempre, constituiu-te rei, para executares juízo e justiça." 1 Reis 10:9. Esta era a impressão que Deus pretendia fosse produzida em todos os povos.
E quando "toda a terra buscava a presença de Salomão, para ouvir a sua sabedoria, que Deus lhe havia posto no coração" (1 Reis 10:24), o rei continuou por algum tempo a reverentemente encaminhá-los ao Criador do céu e da Terra, o Senhor do Universo, o Onisciente. O nome de Jeová foi honrado e seu santo templo, considerado com reverência.
Houvesse Salomão continuado em humildade, tivesse continuado a desviar a atenção dos homens de si mesmo para Aquele que o havia dotado de sabedoria, riqueza e honra, que história não teria sido a sua! Mas a infalível pena da inspiração conquanto registre suas virtudes, também dá fiel testemunho de sua queda. Elevado a um pináculo de grandeza e circundado pelas dádivas da fortuna, Salomão ficou aturdido, perdeu o equilíbrio e caiu. Constantemente exaltado pelos homens do mundo, por sua insuperada sabedoria, tornou-se finalmente incapaz de resistir à lisonja. O dom do Céu, a sabedoria a ele confiada por Deus e que sempre deveria ter sido usada para glorificar o Doador, encheu Salomão de orgulho. Esqueceu-se de que o homem em humildade deve revelar constante reverência para com Deus. À semelhança do tabernáculo, o templo fora construído de acordo com as especificações dadas por Deus. E foi pela bênção do Senhor que o povo se habilitou a dar e preparar o material necessário. Todos os serviços foram divinamente instituídos. Todavia a honra foi desviada de Deus e dada a Salomão.
Ele finalmente permitiu que homens falassem dele como o mais digno de louvor pelo incomparável esplendor do edifício que fora planejado e erigido em honra do "nome do Senhor, Deus de Israel."
Assim foi que o templo de Jeová passou a ser conhecido em todas as nações como "o templo de Salomão". O agente humano havia tomado para si a glória que pertencia ao que é "mais alto do que os altos". Eclesiastes 5:8. Ainda hoje o templo de que Salomão declarara ao Senhor "Pelo Teu nome é chamada esta casa que edifiquei", é mais freqüentemente mencionado, não como o templo de Jeová, mas como "templo de Salomão" (1 Reis 8:43).
O procedimento seguido por Daniel, a quem Deus deu "o conhecimento e a inteligência em toda cultura e sabedoria" (Daniel 1:17), acha-se em marcante contraste com a conduta adotada por Salomão durante os últimos anos de seu reinado. O desejo de glorificar a Deus foi o mais poderoso de todos os motivos na vida de Daniel. Compreendia que quando estava na presença de homens influentes, deixar de reconhecer a Deus como a fonte de sua sabedoria o teria convertido em um mordomo infiel. E seu constante reconhecimento do Deus do Céu, diante de reis, príncipes e estadistas, não diminuiu nem um jota de sua influência. O rei Nabucodonosor, diante do qual Daniel honrou com tanta freqüência o nome de Deus, afinal se converteu plenamente, e aprendeu a exaltar e glorificar o Rei do Céu (Ver Daniel 4:37). E até o fim de sua carreira Daniel honrou a Deus. Em relação com todo ramo da obra de Deus hoje na Terra, o nome que está acima de todos os outros nomes deve ser honrado. O ministério evangélico, a obra de publicação, a obra médico-missionária, a obra educacional — todas são de origem celestial. Nenhum desses ramos de serviço foi originado ou aperfeiçoado por qualquer ser humano. Deus deu a sabedoria que tornou possível o rápido desenvolvimento de cada departamento de sua Causa. Nenhum homem tome para si a glória que pertence somente a Deus. Nenhum ramo da obra, nenhuma instituição, leve uma designação que desvie a honra, de Deus, para qualquer homem ou conjunto de homens. Lembremo-nos de que o belo templo que foi erigido para a honra do nome do Senhor Deus de Israel veio a ser conhecido pela apostasia do construtor como "templo de Salomão".
Disse o grande apóstolo Paulo: "Assim, pois, que os homens nos considerem como ministros de Cristo, e despenseiros dos mistérios de Deus. Ora, além disso, requer-se dos despenseiros que cada um se ache fiel." 1 Coríntios 4:1, 2. Compreenda cada obreiro que enquanto se esforça para promover a glória de Deus em nosso mundo, quer ele esteja perante cristãos ou infiéis, camponeses ou príncipes, deve fazer de Deus o primeiro, o último e o melhor em tudo. Ninguém pode mostrar maior fraqueza do que permitir que o homem lhe atribua a honra concedida pelo Céu. Deus deve ser o mais elevado. A sabedoria mundana dos maiores homens é loucura para Ele. O verdadeiro cristão exaltará o nome do Senhor. Nenhum motivo ambicioso lhe esfriará o amor a Deus. Firme e perseverantemente, fará com que tudo contribua para a honra de seu Pai Celestial.
"Requer-se dos despenseiros que cada um se ache fiel." Quando somos fiéis em tornar Deus conhecido, nossos impulsos estarão sobre supervisão divina e teremos firme crescimento espiritual e intelectual. É somente o poder de Cristo que pode dar êxito ao agente humano. Deus deu a cada homem talentos para que Seu nome seja exaltado. Não para que o homem seja louvado e enaltecido, honrado e glorificado, ao passo que o Doador é esquecido. Vejam, os que estão ao vosso redor, que dais glória a Deus. Seja o eu crucificado e apareça Deus.
Jesus, nosso divino Mestre, sempre exaltou o nome de Seu Pai Celestial. Ele ensinou Seus discípulos a orar: "Pai nosso que estás no Céu, santificado seja o Teu nome." Mateus 6:9. Eles não se deviam esquecer de reconhecer: "Tua é a glória". Tão cuidadoso era o grande Médico em dirigir a atenção de Si mesmo para a Fonte de Seu poder, que a maravilhada multidão "ao ver os mudos falando, os aleijados sãos, os coxos andando, os cegos vendo", glorificava não a Ele, mas ao Deus de Israel (Mateus 15:31). Em Sua maravilhosa oração proferida pouco antes da crucifixão, declarou Jesus: "Eu Te glorifiquei na Terra." "Glorifica a Teu Filho", suplicou, "para que também o Teu Filho Te glorifique a Ti." João 17:4, 1
"Pai justo, o mundo não Te conheceu, mas Eu Te conheci, e estes conheceram que Tu Me enviaste. Eu lhes dei a conhecer o Teu nome, e continuarei a dar-lhes a conhecer o Teu nome, para que o amor com que Me amaste esteja neles, e Eu neles esteja." João 17:25, 26.
"Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força, nem glorie o rico nas suas riquezas, mas o que se gloriar glorie-se nisto: em Me conhecer e saber que Eu sou o Senhor, que faço misericórdia, juízo e justiça na Terra, porque destas coisas Me agrado, diz o Senhor." Jeremias 9:23, 24.
"Louvarei o nome de Deus . . . e engrandecê-lO-ei com ações de graça." Salmos 69:30. "Digno és, Senhor nosso, e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder." Apocalipse 4:11. "Engrandecei ao Senhor comigo; juntos exaltemos o Seu nome." Salmos 34:3.