

Alguns se tornam doentes por excesso de trabalho. Para esses, o descanso, a libertação do cuidado e um regime reduzido são essenciais à restauração da saúde. Para os que estão mentalmente fatigados e nervosos devido a trabalho contínuo e restrita limitação de ambiente, uma visita ao campo, onde podem viver uma vida simples, livre de cuidado, pondo-se em íntimo contato com as coisas da natureza, será muito salutar. Vagar pelos campos e matas, apanhando flores, escutando os cânticos dos pássaros, fará por seu restabelecimento incomparavelmente mais que qualquer outro meio.
Na saúde e na doença, a água pura é uma das mais excelentes bênçãos do Céu. Foi a bebida provida por Deus para saciar a sede de homens e animais. Bebida abundantemente, ela ajuda a suprir as necessidades do organismo, e a natureza em resistir à doença. A aplicação externa da água é um dos mais fáceis e mais satisfatórios meios de regular a circulação do sangue. Um banho frio ou fresco é excelente tônico. O banho quente abre os poros, auxiliando assim na eliminação das impurezas. Tanto os banhos quentes como os neutros acalmam os nervos e equilibram a circulação.
Muitos há, porém, que nunca aprenderam por experiência os benéficos efeitos do devido uso da água, têm medo dela. Os tratamentos hidroterápicos não são apreciados como deviam ser, e aplicá-los bem requer trabalho que muitos não estão dispostos a realizar. Mas ninguém se devia sentir desculpado de ignorância ou indiferença neste assunto. Há muitas maneiras pelas quais a água pode ser aplicada para aliviar o sofrimento e combater a doença. Todos devem se tornar entendidos no emprego da mesma, nos simples tratamentos domésticos. As mães, especialmente, devem saber tratar de sua família, tanto na saúde como na enfermidade.
A atividade é uma lei de nosso ser. Todo órgão do corpo tem sua obra designada, de cujo desempenho depende seu desenvolvimento e vigor. A função normal de todos os órgãos dá resistência e vigor, ao passo que o não usá-los leva à decadência e à morte. Atai um braço suspenso, mesmo por poucas semanas, e depois soltai-o de suas ligaduras, e vereis que se acha mais fraco do que o que mantivestes em uso moderado durante o mesmo período. A inatividade produz o mesmo efeito sobre todo o sistema muscular.
A inatividade é prolífera causa de doenças. O exercício aviva e equilibra a circulação do sangue, mas na ociosidade o sangue não circula livremente, e não ocorrem as mudanças que nele se operam, e são tão necessárias à vida e à saúde. Também a pele se torna inativa. As impurezas não são eliminadas, como seriam se a circulação houvesse sido estimulada por vigoroso exercício, a pele conservada em condições saudáveis, e os pulmões alimentados com abundância de ar puro, renovado. Esse estado do organismo lança um duplo fardo sobre o sistema excretor, dando em resultado a doença.
Os inválidos não devem ser animados a ficar inativos. Se houver sobrecarga em qualquer sentido, o repouso total por algum tempo impedirá por vezes uma doença séria; mas no caso de inválidos crônicos, raramente é necessário suspender toda a atividade.
Os que se acham esgotados em virtude de trabalho mental devem repousar dos pensamentos fatigantes, mas não devem ser levados a crer que seja perigoso usar de algum modo as faculdades mentais. Muitos são inclinados a considerar seu estado pior do que na realidade é. Esse estado de espírito não é favorável à cura, e não deve ser animado.
Pastores, professores, alunos e outros obreiros intelectuais sofrem freqüentemente doenças provenientes de pesado esforço mental não atenuado pelo exercício físico. O que essas pessoas precisam é de uma vida mais ativa. Hábitos de estrita temperança no viver, ao lado do conveniente exercício, assegurariam vigor tanto físico como mental, dando capacidade de resistência a todos os obreiros que trabalham com o cérebro.
Fonte: Ciência do Bom Viver pág. 236-327.