Há um provérbio chinês, muito conhecido, que diz, “o burro nunca aprende, o inteligente aprende com sua própria experiência e o sábio aprende com a experiência dos outros”. O escritor Augusto Cury parafraseou este pensamento e disse as seguintes palavras “uma pessoa inteligente aprende com os seus erros; uma pessoa sábia aprende com os erros dos outros”. Então, considerando que Deus nos fez mulheres sábias, vamos aprender com as experiências dos outros, e de preferência com experiências que contribuam para o nosso crescimento espiritual e pessoal.
Na bíblia encontramos o relato da vida de diversas mulheres com características diferentes, e gosto bastante da história de Débora, uma mulher de personalidade peculiar e que, até nos parece que, vivia um pouco à frente do seu tempo, ela deve ser considerada como uma inspiração para cada uma de nós. Débora nos deixou o seu exemplo de mulher de fé, coragem, sabedoria e, o principal deles, ela vivia em íntima comunhão com Deus.
Nós podemos e devemos nos desenvolver em várias áreas da vida. Débora, antes de assumir a missão de ser líder do povo de Deus, era esposa, dona de casa, e o seu período de liderança foi abençoado. Com o exemplo dela, Deus nos mostra que podemos ter sucesso profissional mesmo tendo a responsabilidade de uma família.
Ela não recusou a posição de juíza por já ter responsabilidades no lar. Você pode buscar a sua realização profissional caso já esteja na mesma condição de Débora, de ser esposa. E, se para você, a realização profissional foi conquistada antes da família, lembre-se que, você pode conciliar as duas coisas, sempre buscando a sabedoria Divina.
Você tem sido uma mulher que desperta os sentimentos de respeito e confiança nas pessoas ao seu redor, seja no trabalho, em meio a amigos, igreja ou família? Débora era uma líder de respeito, as pessoas queriam estar ao seu lado, e por isto Baraque só aceitou ir a batalha se ela estivesse junto, (Juízes 4:8) mesmo já tendo a certeza da vitória.
Todas temos sonhos, e devemos lutar pelas suas realizações se for da vontade Divina. É comum vermos pessoas que, ao concluir uma grande tarefa ou missão, acha que não fez mais do que a obrigação. Mas seguindo o exemplo de Débora, não é assim que devemos agir. Devemos comemorar cada conquista, seja ela profissional, espiritual, familiar ou pessoal. O povo israelita tinha o costume de comemorar suas conquistas com cânticos, e um dos primeiros poemas que encontramos na bíblia é o cântico de Débora, em Juízes 5, que é a sua comemoração pela libertação do povo.
Uma outra característica de Débora, que é fundamental desenvolvermos, é que ela não quis realizar tudo sozinha, ela delegou tarefas, (Juízes 4:6 e 7). Sem delegar tarefas não teria sido possível concluir o seu período de liderança com todo o sucesso que foi, porque sozinha não é possível fazer tudo.
Para muitas mulheres é muito difícil desprender-se das funções e acreditar que outras pessoas podem nos auxiliar. Individualmente sabemos em qual área precisamos de apoio, se vamos precisar delegar funções no lar, no trabalho, na igreja, ou onde for necessário de acordo com a sua necessidade. Escolher qual atividade será delegada é uma atitude da mulher sábia, porque não é uma missão fácil.
Nós mulheres temos a tendência de viver uma vida cercada pela culpa. E se tem um assunto que mexe com boa parte das mulheres, em relação à culpa, é a maternidade. São inúmeras as dúvidas que nos surgem, e a principal dela é sobre ser ou não uma mãe. Ao se decidir pela maternidade, surgem as dúvidas com relação à quando ser mãe e quantos filhos ter. A maternidade e a vida profissional parecem não se combinar, tanto na visão feminina quanto na visão empresarial, e então, fazendo surgir a dúvida se é possível conciliar estas duas áreas muito importantes em nossa vida. Algumas mulheres acabam decidindo por se dedicar exclusivamente ao momento materno.
Decidir o que fazer, quando e como, é um fator bem pessoal, e que depende da necessidade e condição de cada família. Na bíblia temos exemplos de mulheres que lutaram para ser mãe e viveram a maternidade de forma integral, como Ana. Enquanto Débora, na condição de mãe em Israel (Juízes 5:7 u.p.), não deixou de cumprir a sua missão fora do lar.
Não temos relatos sobre os filhos de Débora, então não é possível afirmar se a sua maternidade era com filhos de sangue ou com aqueles que ela sentia na missão de ajudá-los. O que sabemos é que ela se nomeava “mãe” e mesmo assim ocupou um cargo muito importante na sociedade, ela foi juíza.
Se você quer ou precisa exercer outras atividades além da maternidade, não se culpe. Débora não se culpou por ter dedicado tempo na sua missão de profetiza e juíza, mesmo sendo mãe em Israel. A culpa por fazer ou deixar de fazer traz sérias doenças emocionais. Viva cada momento da sua vida pedindo sempre a orientação de Deus para que, estejais certa de que, pela sua realização e felicidade da sua família, você está fazendo o seu melhor.
Michelle Custódio/Brasília - DF