
Foge para o monte
- Quando: 29/02
- Em: Vida Cristã
Quando o erro for tão gostoso e você sentir que não quer deixa-lo, foge para o monte.
Texto base: 1 Coríntios 1.18 (Versão Viva)
Introdução
O teor da conversa daquela manhã de sexta-feira foi amarga.
Dos que assistiam, ouviu-se a frase: “Salve-se! Desça da cruz, se és o filho de Deus”.
Dos líderes religiosos: “Salvou a outros, mas não é capaz de salvar a si mesmo”.
Dos soldados: “Se você é o rei dos judeus, salve-se a si mesmo”.
Das cenas do calvário, talvez essa seja a mais irritante de todas. Pergunto-me: Que tipo de pessoa zombaria de alguém que esta morrendo? Que tipo de pessoa sorri ao ver a luta de alguém para permanecer vivo? A maioria das palavras ditas naquela sexta feira tinha o objetivo de ferir a saúde emocional do meu Jesus. Mas no dia anterior a crucificação Jesus tomou uma decisão; Escolheu resistir ao cansaço, aos pregos, a cruz e ao calvário. Escolheu descer as profundezas do sofrimento em lugar de ir ao céu sem você. Escolheu vencer cada tentação, simplesmente para poder passar a eternidade ao seu lado.
A páscoa não é sobre coelhinhos e ovos de chocolate. Se a páscoa fosse sobre chocolate o meu Jesus não teria escolhido morrer. A verdadeira páscoa é sobre sangue. A verdadeira páscoa é sobre morte. Mas acima de tudo a verdadeira páscoa é sobre perdão e libertação. E com certeza, na lista dos que precisavam de perdão e libertação o nome daqueles dois ladrões estavam registrados.
Um salvador. Dois ladrões. Dois sentimentos. Duas frases.
1 ladrão: “Você não é o Cristo? Salve-se a si mesmo e a nós”.
2 ladrão: “Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu reino”.
Como pode ser duas pessoas ouvirem as mesmas palavras, ver o mesmo Salvador e apenas uma delas enxergar esperança, enquanto a outra não vê nada além de si mesma? O destino daqueles dois homens foi selado naquele monte.
E hoje, o meu e o seu destino esta sendo selado quando subimos o monte também.
Enquanto alguns fogem para o monte e encontram esperança, outros fogem para o monte e encontram apenas o desespero do vazio.
Porque fugir para o monte?
Porque Deus quer me encontrar no monte. Por que quando eu fujo para o monte...
1) Reconheço o peso do meu pecado.
Muitos de nós subimos ao monte em busca de auto-confiança para lutar contra o pecado.
Muitos de nós subimos ao monte em busca de auto-ajuda para enfrentar o peso do pecado.
E quero afirmar que a maneira como muitos de nós esta subindo o monte esta errada.
Existe um grupo mundial de combate ao alcoolismo chamado A.A.
Os Alcoólicos Anónimos têm como principal filosofia a obediência de 12 passos. Algo me chamou bastante atenção no primeiro passo:
“Preciso admitir que sou impotente perante o Álcool.”
No livro ‘Doze Passos’ o autor relata que muitas pessoas se revoltam ao chegarem ao A.A e aprenderem primeiramente que são derrotados. Muitas dessas pessoas foram ate ali para aprenderem como ter auto-confiança. Porém, antes de vencer o álcool o viciado precisa reconhecer que esta no fundo do poço. Precisa reconhecer que não vai conseguir se recuperar com seus próprios recursos. A auto-confiança é simplesmente um empecilho para a sua vitória.
Amigos; Quando subimos ao monte, precisamos reconhecer que somos impotentes para vencer o pecado. Quando o alpinista espiritual escala o monte da cruz, à primeira sensação que vem sobre ele é o peso dos seus erros. Quanto mais perto chegamos do topo do monte, mais reconhecemos o quanto o pecado é pesado. Quanto pesa um pecado?
Gostaria de supor que cada pecado que cometemos pesasse um quilo. Quantos quilos estamos carregando apenas da semana que se passou? Quantos quilos estamos carregando desde que nascemos? Agora imagine que a cada ano que se passa acumulássemos apenas 12 quilos em pecado; Um pecado por mês. Com 18 anos estaríamos carregando 216 quilos em pecado. Com 35 anos estaríamos carregando 420 quilos em pecado. Com 70 anos estaríamos carregando 850 quilos em pecado. Meus amigos, só aprendemos o quanto o pecado é pesado quando temos a coragem de subir o monte da cruz e vermos o nosso Jesus Crucificado.
De acordo com alguns estudiosos uma cruz normal pesava mais de 100 quilos. A parte que o crucificado levava, pesava ente 10 e 30 quilos. Mas a cruz que Cristo carregava não tinha um peso normal. Ao acompanharem aquela crucificação, a grande maioria pensava tratar-se de uma execução normal. Pois a cor da cruz era normal. O tamanho da cruz era normal. O executado era normal. O que não era normal era o peso da cruz de Cristo, e isso ninguém podia ver. Enquanto caminhava rumo ao calvário, Jesus estava levando o erro de todos os habitantes da terra.
Vamos supor que cada habitante do planeta terra cometa apenas um quilo de pecado em toda a sua vida. Apenas pela nossa geração, Jesus estaria carregando mais de 7 bilhões de quilos em pecado. E eu te pergunto novamente: Quanto peso o pecado?
Só conseguiremos fazer tal cálculo, quando tivermos a coragem de subir o monte e entendermos o peso da Cruz.
Porque fugir para o monte?
Porque Deus quer me encontrar no monte. Por que quando eu fujo para o monte...
2) Sinto necessidade de perdão.
Existe algo sobre perdão que precisamos aprender hoje.
Filipenses 2.13: “Pois Deus esta sempre agindo em vocês para obedecerem à vontade dele, tanto no pensamento como nas ações”. (NTLH)
Quando é que alguém necessita de perdão? Quando errou é claro.
E eu digo a você que só saberemos o quanto precisamos de perdão, quando tivermos coragem de fugir para o monte, e descobrir que se não estivéssemos ali, nunca sentiríamos desejo de perdão. O texto que lemos fala-nos que Deus age em nos, para que sintamos vontade de obedecer. Deus quer que subamos o monte, para que Ele possa colocar em nos a necessidade de perdão. Pois o perdão só acontece na vida daqueles que subiram o monte da cruz e reconheceram que: “Estão no fundo do poço, e só Deus pode tira-los de onde estão”.
Há algum tempo atrás, assisti a uma série de pregações com o título “Ateísmo Adventista”.
E uma das pregações dessa série intitulava-se “Sou adventista; Mas não consigo perdoar”.
Talvez nesse momento eu esteja falando para alguém que viva essa mesma situação.
Pois quando falamos em perdão, quase sempre ouvimos a frase: ‘Eu perdoo, mas não esqueço.’ Ou então: ‘Eu perdoo, mas não confio.’ E tem aqueles que dizem: ‘Eu perdoo, mas não quero mais papo.’ Essa é a maneira como o perdão humano funciona. Mas a palavra de Deus me diz que preciso perdoar 70x7, ou seja, preciso perdoar quantas vezes for necessário.
E por falar em perdão, me pergunto: Como funciona o perdão de Deus?
A bíblia ensina que quando sinto necessidade de perdão, Deus me perdoa na mesma hora.
A bíblia revela que quando Deus me perdoa, ele não me acusa dos meus erros.
A bíblia mostra que quando sou perdoado, Deus apaga os meus pecados.
A bíblia afirma que quando recebo perdão, Deus esquece os meus pecados.
De maneira mais simples, funciona assim:
Você sobe ao monte da cruz, descobre seus pecados, sente necessidade de perdão, pede perdão e Deus te perdoa. Depois que Deus te perdoa, ele não joga na sua cara o que você fez de errado. Ele apaga dos registros o seu erro, e de maneira maravilhosa faz questão de esquecer o que você fez de errado. É assim que funciona o perdão de Deus.
Depois de algum tempo você erra novamente, e fica com vergonha de pedir desculpa a Deus pelo mesmo erro. Mas em certo momento você cria coragem, sobe o monte novamente, pede perdão a Deus, Ele olha pra você e te pergunta: Perdão pelo que mesmo filho? É que esqueci o que você fez de errado. Deus faz questão de esquecer os seus erros. Mas se por ventura você ousar errar mais uma vez, e tiver coragem de subir o monte e pedir perdão pelo seu erro, Cristo vai olhar para você com aquele olhar de dúvida e perguntar: Perdão pelo que mesmo filho? É que eu esqueci o que você fez de errado.
Porque fugir para o monte?
Porque Deus quer me encontrar no monte. Por que quando eu fujo para o monte...
3) Obtenho libertação.
A liberdade esta para mim a distancia do monte.
A liberdade esta para você a distancia do monte.
Para sermos verdadeiramente livres, precisamos ter coragem de subir o monte; E como aquele ladrão, termos a chance de pedir: “Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu reino”.
Ao perdoar aquele ladrão dos seus erros, Jesus realizou o maior milagre da Cruz. Milagre muito maior que o terremoto. Maior do que rasgar o véu do templo. Maior do que as trevas que envolviam a cruz. Maior do que os santos ressuscitados andando pelas ruas. Com aquela resposta, Jesus realizou o milagre da libertação de uma vida de pecado.
Talvez aquele homem tenha visto Jesus pregando em algum lugar. Talvez não.
Talvez aquele homem tenha visto Jesus amar os pobres. Talvez não.
Talvez aquele homem tenha visto Jesus jantar com as prostitutas, com os drogados, com os batedores de carteira, com os desprezados da sociedade. Talvez não.
Talvez aquele homem nunca tivesse visto Jesus. Talvez tudo que ele conhecesse sobre Jesus era de conclusões tiradas ali mesmo no monte da Cruz.
Mas o que me deixa intrigado nesse milagre é a rapidez da conversão daquele ladrão.
Mais maravilhado fico ainda com Jesus, com a rapidez em salvar aquela vida. Respondendo-lhe instantaneamente: “Eu lhe garanto. Estarás comigo no paraíso”.
Talvez se fossemos Jesus, não iríamos libertar aquele homem naquele momento.
Se fossemos Jesus, talvez reuniríamos a comissão apostólica para averiguar o candidato. Talvez perguntaríamos se aquele homem já estava dando o dízimo. Se já estava matriculado na escola sabatina. Se já tinha deixado de ser ladrão. Mas Jesus não fez nenhuma dessas perguntas para aquele homem. Apenas lhe garantiu a vida eterna.
Mas nesse momento, tenho certeza que alguém esta se perguntando: Mas será que dar o dízimo, estar matriculado na escola sabatina, deixar de ser ladrão não são coisas importantes?
Eu te respondo que sim, são importantes. Essas coisas são tão importantes, que ao salvar a vida de uma mulher adúltera Jesus disse a ela: Eu não te condeno, vá e não peques mais. Em outras palavras: Minha filha! Eu não vou jogar na sua cara os seus erros. Mas eu tenho um pedido para te fazer: POR FAVOR, FOGE PARA O MONTE. Enquanto você estiver subindo o meu santo monte eu lhe ensinarei os meus caminhos.
Amigos sabem por que Jesus não fez perguntas doutrinárias para aquele homem?
Porque Jesus estava com ele no monte. E Jesus sabia muito bem que quando alguém subia ao monte com Ele, era impossível a sua vida não ser transformada. Jesus sabia muito bem que era impossível alguém subir ao monte com ele, e continuar com os fardos do pecado.
Porque fugir para o monte?
Porque Deus quer te encontrar no monte.
Conclusão
Algumas pessoas de fora da igreja pensam que o monte, é o ‘Clube dos Certinhos’.
Algumas pessoas da igreja pensam que estão no monte, e que são o ‘Clube dos Certinhos’.
O monte não é isso. O monte é um hospital. É um abrigo. É um refúgio.
O monte é o último lugar onde alguém deveria se sentir orgulhoso.
O monte é o primeiro lugar onde os fracassados e quebrantados devem se sentir “Em Casa”. Por quê? Por que no monte todos são pecadores assumidos. O monte é o lugar daqueles que estão em processo de libertação. O monte é lugar de pecadores, mas também é o lugar Daquele que te liberta para sempre.
Apelo
E agora que você já sabe por que deve fugir para o monte; Deus quer te encontrar todos os dias no seu santo monte.
Quando as coisas estiverem ruins pra você, foge para o monte.
Quando o peso dos seus pecados machucarem seu coração, foge para o monte.
Quando você sentir muito prazer em fazer coisas erradas, foge para o monte.
Quando o erro for tão gostoso e você sentir que não quer deixa-lo, foge para o monte.
Em cima do monte você terá alívio, perdão e libertação dos seus pecados.
Profº. Walter Vinicius