

De Bem Com a Balança
- Em: Mulher
- Por: Marta Rocha
A cada dia o número de pessoas acima do peso cresce de forma exponencial no Brasil. A obesidade tornou-se um grave problema de saúde pública. O excesso de gordura faz com que sejam desencadeados fatores de riscos para outras doenças crônicas graves. Essa realidade é fruto de um estilo de vida que busca praticidade e rapidez, aliado a falta de informação e pouco acesso a alimentos saudáveis, o que acaba fazendo com que o índice de pessoas obesas torne-se cada vez maiores.
No que se refere à obesidade é possível afirmar que ela é responsável por doenças cardiovasculares, diabetes, problemas respiratórios, câncer e desgaste das articulações, além de prejudicar a autoestima, causando problemas psicológicos, como a depressão, devido ao estigma social. Segundo o Ministério da Saúde, 54,1% dos brasileiros estão acima do peso. 1
Entre os fatores que desencadeiam a obesidade estão o ritmo de trabalho, estresse e ansiedade, pois nessas situações muitas vezes as pessoas comem por impulso, mesmo sem fome, de modo automático e distraído a fim de aliviar as tensões da rotina. E geralmente optam por alimentos calóricos ricos em açúcar e gordura, feitos de farinha refinada, processados e industrializados que estão relacionados a sensação de prazer, porém, em contrapartida, são responsáveis por aumentar os quilinhos extras.
Um erro bastante comum durante o processo de perda de peso é lançar mão de drogas inibidoras de apetite como sibutramina e os comprimidos à base de anfetamina, pois estudos comprovam que os benefícios desses fármacos não compensam os riscos. Eles aumentam a probabilidade de problemas cardíacos, pulmonares e psíquicos, podendo levar à dependência e à psicose, além de elevar o risco de derrame. 2
A melhor forma de alcançar um peso ideal é através de mudanças no estilo de vida, com reeducação alimentar aliada à prática de atividade física regular. É preciso optar sempre pela alimentação saudável, dando prioridade as frutas, verduras e alimentos integrais, que por serem alimentos ricos em fibras aumentam a saciedade e ainda melhoram o funcionamento do intestino. E evitar os alimentos industrializados, ultraprocessados, feitos de farinha refinada, ricos em açúcar e gordura.
Dentre as medidas fundamentais no processo de emagrecimento estão, escolher porções reduzidas de alimentos e mastigar bem, no mínimo 30 vezes a cada ida do talher aos lábios. Mastigar o que você ingere por poucas vezes implica voracidade intensa e prolongada, o que costuma terminar em comida demais no estômago, o que consequentemente faz a barriga crescer. Por outro lado, mastigar bem proporciona o tempo necessário para o hormônio que leva a informação de saciedade, chamado leptina, chegar ao cérebro, resultando em menor ingestão de alimentos.
É necessário também ficar atenta aos rótulos dos alimentos, aquela tabelinha contendo informações nutricionais nas embalagens que nos indica se aquele alimento é rico em açúcar, gordura saturada, gordura trans e sódio e, portanto, devem ser evitados. A lista de ingredientes também revela muito sobre a qualidade do produto. Os ingredientes estão descritos em ordem decrescente, ou seja, os primeiros itens da lista são aqueles que se encontram em maior quantidade naquele produto. Portanto, se o primeiro item for açúcar, sódio ou gordura já é possível identificar que trata-se de um vilão para a nossa saúde.
A escritora Ellen White deixou vários textos que corroboram com a visão da ciência a respeito desse tema. A seguir estão elencados alguns deles:
É de vital importância a regularidade no comer. Deve haver tempo determinado para cada refeição. Muitas pessoas comem quando o organismo não sente necessidade de alimento, em intervalos irregulares e entre as refeições, porque não têm suficiente força de vontade para resistir à inclinação.3
A fim de preservar a saúde, é necessário temperança em todas as coisas – temperança no trabalho, temperança no comer e no beber.
Devem ser feitos esforços para conservar cuidadosamente o restante das forças vitais, suspendendo todo peso excessivo. Talvez o estômago nunca venha a recuperar plenamente a saúde, mas uma orientação adequada no regime alimentar poupará a posterior debilidade, e muitos se recuperarão mais ou menos, a não ser que tenham ido demasiado longe na glutonaria suicida.
Muitos são tão dados à intemperança que não mudarão de orientação em condescender com a gula, sob quaisquer considerações. Mais depressa sacrificariam a saúde, e morreriam prematuramente, do que restringiriam o apetite desordenado. E muitos há que são ignorantes da relação que sua maneira de comer e beber tem com a saúde. Pudessem esses ser esclarecidos, e poderiam possuir coragem moral para renunciar ao apetite, e comer mais moderadamente, e unicamente daquelas comidas que fossem saudáveis, e por sua própria maneira de agir pouparem-se a grande soma de sofrimentos. 4
Dessa forma chegamos ao entendimento de que a importância de buscar manter o peso adequado vai além de meros padrões de estética, envolve o nosso bem-estar, qualidade de vida, saúde e também tem a ver com nosso crescimento espiritual, já que se estivermos enfermos fisicamente isso afetará diretamente nossa mente e comprometerá nossa compreensão espiritual.
1. ALVES Lorrany. Obesidade: O mal do século XXI. 2016 / 2. SPONCHIATO, Diogo. Dá para tratar a obesidade sem remédios?. Revista Saúde. Pinheiros, São Paulo, Editora Abril. 2011. p.41 / 3.WHITE, Ellen G. Conselhos Sobre Regime Alimentar. Tatuí, São Paulo: Casa Publicadora. p. 179. / 4. WHITE, Ellen G. Mensagens Escolhidas. Volume 2. São Paulo: Casa Publicadora. p. 416.
Marta Rocha
Vitória da Conquista-BA