Sermão para o sábado 22 de outubro.
Introdução
O santuário do deserto foi o recinto sagrado onde Deus morava em meio de seu povo, mas obviamente isto é um símbolo de uma verdade superior: em vez de em templos materiais feitos pelo homem, Deus quer morar no templo da alma humana para enchê-la com a glória do Espírito Santo. Essencialmente são três os templos ou santuários dos quais nos fala a Escritura: (1) o do deserto (Êxo. 25:8); (2) o do céu (Heb. 8:1-2; Apoc. 11:19), e (3) o templo humano (1 Cor. 3:16-17; 2 Cor. 6:16; Sal. 114:2).
I - Santidade
A palavra "santuário", que aparece na Escritura Sagrada 144 vezes e é usada para expressar a idéia de "santo", "lugar sagrado", "morada do santo", figura pela primeira vez em Êxodo 15:17, e se origina na palavra hebraica miqtlash, a que a sua vez deriva da raiz hebraica qadash, que comunica a idéia de "pôr à parte" algo, ou alguém, separando-o assim para um uso sagrado.
Obviamente Deus é o Ser santo por excelência, e portanto tudo aquilo que entre em relação com Ele ou culto que se Lhe oferece tem que participar do atributo da santidade.
A primeira vez que se usa o verbo qadash na Bíblia Sagrada é no Gênesis, em relação com a história da criação, e quão significativo é o fato de que se aplique ao tempo: "E abençoou Deus o sétimo dia, e o santificou" (Gén. 2:3)
O Sábado foi separado por Deus como sendo um dia que não pertence ao homem, é um dia que foi separado com o propósito de santificar o homem. Tudo que Deus Santificou tem o propósito de realizar uma santificação em seus filhos. Deus santificou o Santuário com o proposito de realizar uma obra de santificação no seu povo através das cerimônias e rituais realizados diariamente.
Quando Deus separa algo como Santo, Ele está querendo revelar que aquilo é vital para a nossa Santificação e não temos autoridade alguma de mudar o seu propósito. Quando Deus Santificou o Monte Sinai, Moisés teve que tirar as suas sandálias porque aquele lugar era um lugar Santo, e foi separado por Deus com o propósito de ser o lugar da transmissão das suas Leis e ordenanças, e toda atenção do povo de Israel deveria ser atraída para o Lugar Santo, o Monte Sinai.
Da mesma forma Deus hoje quer habitar em um templo Santo que deve ser o nosso corpo.
“Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá, porque o templo de Deus, que sois vós, é santo. 1Corintios 3:16,17
“Havendo operado a convicção do pecado, e apresentado perante a mente a norma de justiça, o Espírito Santo afasta as afeições pelas coisas da Terra, e enche o espirito com o desejo de Santidade. Ele vos guiará em toda a verdade”, declarou o Salvador. João 16:13. Se os homens se dispuserem a ser moldados, haverá a santificação de todo o ser. O Espírito tomará as coisas de Deus e as gravará no seu coração. Por seu poder o caminho da vida se tornará tão claro que ninguém o errará”. Atos dos Apóstolos pag. 29
II – O Santuário
A construção do templo do deserto foi realizada sobre a Administração de Moisés, e todas as mobílias, cortinas e objetos foram separados para a realização de todas as cerimônias e rituais que seriam feitos durante séculos após séculos até encontrar o tipo que eles representavam, e todas as cerimônias deveriam perder o seu significado no momento que o tipo encontrasse o antítipo.
Se o povo Judeu estivesse atento ao propósito das cerimônias e entendido o seu significado, eles estariam prontos para receber o Messias. Jesus teria um povo Santo para recebê-lo.
O povo judeu tinha um Templo, tinha as instruções de como fazer os rituais mais não tinha a Espiritualidade para receber as virtudes da santificação das cerimônias. Louvavam a Deus com os lábios mais o coração estava longe de Deus.
O trabalho entre os cristãos, por si mesmo, não é suficiente para promover o máximo de espiritualidade. Não importa quão espiritual seja uma congregação: se almas não estão sendo salvas, algo está radicalmente errado, e a pretensa espiritualidade não passa de falsidade, uma ilusão do Diabo. As pessoas que se satisfazem ao reunir-se só para terem momentos agradáveis entre si estão muito distantes de Deus. A espiritualidade autêntica sempre produz resultados. Manifesta-se o anseio e amor pelas almas.
O Espirito Santo é capaz de fazer a Palavra alcançar tanto êxito como nos dias dos apóstolos. Ele pode salvar centenas ou milhares de almas, mas pode também salvá-las uma a uma ou, ainda, de duas em duas. A razão por que não somos mais prósperos é que não contamos com o Espírito Santo entre nós, em poder e energia, como nos tempos primitivos.
“A igreja é o instrumento apontado por Deus para a salvação dos homens. Foi organizada para servir e sua missão é levar o evangelho ao mundo” Serviço Cristão pag. 11
III – O Santuário da Alma
Jesus está no Céu realizando uma obra em nosso favor há cento e setenta e dois anos no lugar Santíssimo, e muitas vezes não temos a consciência desta tremenda obra. Se tivéssemos vivendo de acordo com os Israelitas no dia da Expiação que passavam o dia em Jejum e Oração afligindo a Alma, a nossa Igreja seria outra, o nosso povo seria o povo mais consagrado e missionário do mundo.
Geralmente não temos tempo de olhar para o Santuário Celestial, porque estamos na correria do dia a dia, são muitas coisas que tem entretido a nossa mente, estamos envolvidos em muitos compromissos seculares, e isso muitas vezes tem tirado a nossa atenção nas coisas celestiais.
Qual deveria ser a nossa atitude no dia da Expiação?
O jejum representa a reforma de Saúde que o povo de Deus deveria está praticando, porque estamos nos preparando para viver na nova terra, e na nova terra não vai ter refrigerantes, frituras, bolos, sorvetes, e todo tipo de produtos que tem o propósito de danificar as faculdades mentais e físicas, fazendo com que isso destrua em nós o domínio próprio.
A Oração é a única forma de Deus ainda trabalhar pela nossa transformação. Muitas vezes conhecemos o certo ouvimos e aprendemos o certo mas não temos forças Espirituais para seguir de acordo com os planos de Deus, mais temos hoje algo que é muito poderoso, essa ferramenta divina é a oração, a oração é a única forma de movimentar o braço poderoso de Deus na conversão da nossa alma, precisamos clamar e clamar forte para que haja em nossa vida uma conversão genuína.
Quantas vezes temos fechado a porta do nosso quarto e ficado só com Deus? quantas vezes temos levantado de madrugada para clamar ao nosso Deus por um livramento? O livramento das coisas nocivas deste mundo, o livramento dos ídolos do coração que tem brocado e destruído a nossa espiritualidade.
“Na mudança que se opera quando a alma se entrega a Cristo, há o mais alto senso de liberdade. A expulsão do pecado é ato da própria alma. Na verdade, não possuímos capacidade para livrar-nos do poder de satanás, mas quando desejamos ser libertos do pecado e, em nossa grande necessidade, clamamos por um poder fora de nós e a nós superior, as faculdades da alma são revestidas da divina energia do Espírito Santo, e obedecem aos ditames da vontade no cumprir o querer de Deus”. Desejados de todas as Nações pag. 328
Conclusão
Irmãos e amigos chegou o tempo de afligirmos a nossa alma diante de Deus, Cristo está no Santuário Celestial acompanhando cada movimento da nossa vida, Ele sabe das mais profundas intenções dos nossos pensamentos, o que você tem feito a cada dia? qual tem sido o seu investimento? Aonde estão as suas preocupações? Qual é a sua real necessidade? Ainda tem oportunidade de salvação para todos nós, mais esse tempo vai passar rápido e muito rápido, não temos como saber quando vai acabar essa oportunidade, a nossa única segurança é o hoje, porque amanhã pode ser tarde demais. E Deus quer fazer de nós o seu santuário.
Ilustração
Nos EUA existe a pena de morte. E um homem, por um motivo fútil, embriagado, iracundo, descontrolado, matou um amigo dentro de um bar. Ele foi preso em flagrante, julgado e condenado à morte. Ele ficou aguardando a execução. Levantou-se nos EUA um clamor nacional, pedindo ao governador daquele estado que tinha pena de morte, que perdoasse o criminoso, concedendo-lhe o perdão, o indulto, mudando a pena, tirando de sobre ele a pena de morte. Sensibilizado, o governador resolveu conceder o indulto para aquele criminoso. E o governador decidiu que, pessoalmente, levaria aquela carta concedendo o perdão, transferindo a pena de morte para outra coisa. Vestido de terno, o governador foi visitar o preso. Quando viu aquele homem de terno à porta de sua cela, o preso, que era uma pessoa ignorante, pensou que fosse um Pastor dentro da cadeia, de terno e gravata. Ele falou com ele mesmo: "Hum...mais um Pastor aqui para me encher a paciência". Assim, ele deu às costas ao governador. Porque naquela semana, ele já havia sido visitado por sete Pastores que lhe pregavam o arrependimento. Pensando que o governador era mais um Pastor, o condenado virou as costas e não quis mais atender ao governador, sem saber que junto estava o perdão - a mudança da pena de morte. O governador ficou aborrecido de ver a dureza do coração daquele homem que não quis sequer atendê-lo, sendo ele governador. A autoridade foi embora e cancelou o perdão. O carcereiro chegou para o preso e disse: "Você é louco? Por que não atendeu ao governador? O homem veio aqui pessoalmente te trazer perdão e você não o atendeu?" O condenado respondeu: "Ah, mas eu pensei que era um Pastor. Chame ele para mim, chama". Disseram: "Agora é tarde. O governador já foi embora. Aquele homem foi executado e nada adiantou os seus apelos e seus pedidos, pois já era tarde demais. O Senhor Jesus declara: "Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e com ele cearei e ele comigo". Jesus quer fazer morada no Santuário da nossa Alma
Depto de Evangelismo da União Sul – Romar Machado