A Trindade revelada no livro de Atos
Tem sido sugerido que o livro de Atos dos Apóstolos deveria ser chamado de “Atos do Espírito Santo através dos apóstolos”. Se os quatro evangelhos estão centrados na pessoa de Jesus, o livro de Atos tem como personagem principal o Espírito Santo e Sua missão. Lucas segue o costume literário da sua época. Nos primeiros versículos (vers. 1 e 2), ele resume a obra anterior, o seu evangelho, para logo em seguida (vers. 3-5) apresentar o tema da nova obra: “Pois João batizou com água, mas dentro de poucos dias vocês serão batizados com o Espírito Santo.” (cap. 1.5). No vers. 8, Lucas ainda apresenta a estrutura geral do livro: “Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra.” Os capítulos 1 a 7 descrevem a expansão da igreja em Jerusalém e Judéia. Os capítulos 8 a 12 falam do evangelho alcançando a Samaria e a partir do capítulo 13 chegando aos confins da terra.
Outro destaca dos capítulos iniciais do livro de Atos é manifestação do Deus triúno. O Filho retorna para os céus (cap. 1) e logo em seguida a Igreja recebe o Espírito Santo (cap. 2), enviado pelo Pai (cap. 1.4). A Trindade vai ser anunciada na pregação de Pedro, no dia de Pentecostes. O que os judeus estavam presenciando naquele dia era o cumprimento da promessa de Joel: “Nos últimos dias, diz Deus, derramarei do meu Espírito, sobre todos os povos. Os seus filhos e as suas filhas profetizarão, os jovens terão visões, e os velhos terão sonhos. Sobre os meus servos e as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias e eles profetizarão.” (At 2.17, 18). Logo em seguida, após falar do Espírito Santo, Pedro explica: “Israelitas, ouçam estas palavras: Jesus de Nazaré foi aprovado por Deus diante de vocês por meio de milagres maravilhas e sinais que Deus fez entre vocês por intermédio dele, como vocês mesmos sabem.” (vers. 32). Mais a frente do seu discurso ele reafirma o envolvimento da Trindade no que estava acontecendo naquela manhã: “Deus ressuscitou este Jesus [Filho], e todos nós somos testemunhas desse fato. Exaltado à direita de Deus, Ele recebeu do Pai o Espírito Santo prometido e derramou o que vocês agora vêem e ouvem.” (At 2.32 e 33). Essa mesma estrutura vai ser seguida nos vers. 38 e 39: “Pedro respondeu: ‘Arrependam-se e cada um de vocês seja batizado em nome de Jesus Cristo [filho] para perdão dos seus pecados, e receberão o dom do Espírito Santo. Pois a promessa é para vocês, para os seus filhos e para todos os que estão longe, para todos quantos o Senhor, o nosso Deus [Pai], chamar’.”
Pela leitura do livro de Atos percebemos que ser cristão significa ter o Espírito e ser um cristão normal significava estar cheio com o Espírito.
No capítulo 5, Lucas conta um incidente envolvendo um casal de cristãos, Ananias e Safira, que tentaram se promover dando uma oferta avarenta. Eles venderam uma propriedade e retiveram uma parte para si do dinheiro arrecadado enquanto o restante foi doado para a igreja. Pedro, dirigido pelo Espírito Santo, percebeu a hipocrisia daquela aparente atitude generosa e foi duro: “Ananias, como você permitiu que Satanás enchesse o seu coração, ao ponto de você mentir ao Espírito Santo e guardar para si uma parte do dinheiro que recebeu pela propriedade.” (vers. 3). Então, o apóstolo explica que mentir ao Espírito Santo é o mesmo que mentir a Deus: “Você não mentiu aos homens, mas sim a Deus” (vers. 4). No versículo 9, ele declara que o casal havia tentado ao “Espírito do Senhor”.
“Aqui mais uma vez vemos que o Espírito Santo é identificado como Deus e é tão pessoal como Deus. Ananias mentira ao Espírito. Não é possível mentir-se a uma força ou pode impessoal. Mentir significa mui pouco em um mundo impessoal.”
Quando Paulo chegou a Éfeso encontrou um grupo de discípulos de João Batista que não conheciam a Jesus. Contudo, o apóstolo Paulo usou como padrão para estabelecer o grau da experiência espiritual daquele grupo a pergunta: “Vocês receberam o Espírito Santo quando creram? Eles responderam: Não, nem sequer ouvimos que existe o Espírito Santo.” (At 19.2). Severino Pedro da Silva comenta esse episódio, enfatizando que ele prova a personalidade do Espírito Santo:
“O Espírito Santo existe individualmente (At 19:2) e opera (v.6). O verbo usado para ‘existir’ (v. 2) é o verbo ser (gr. estin). A Bíblia deixa claro que o que aqueles discípulos não sabiam sobre Deus era a existência do Espírito Santo.”
Não pode haver cristianismo verdadeiro sem a operação interna do Espírito Santo que vem habitar no indivíduo remido.
“Quando Paulo encontrou algumas pessoas que haviam sido batizadas, porém que não haviam recebido o Espírito, ele as batizou de novo. E ele o fez, sem dúvida, na base de que o homem que não conhecia o Espírito não conhecia a Cristo (At 19.1 ess.). Receber Cristo é receber o Espírito.”
A Trindade nas epístolas
A seguir será feito um breve levantamento das referências à Trindade que são feitas nas Epístolas do NT. Podemos perceber que não se trata de três nomes serem citados juntos, mas cada membro da divindade desempenha uma função em relação a Sua criação e a obra da redenção:
1. Rm 1.1-4: “Paulo, servo de Cristo Jesus, chamado para ser apóstolo, separado para o evangelho de Deus, o qual foi prometido por Ele [o Pai] de antemão por meio dos seus profetas nas Escrituras Sagradas, acerca de Seu Filho, que, como homem, era descendente de Davi, e que mediante o Espírito de santidade foi declarado Filho de Deus com poder, pela Sua ressurreição dentre os mortos: Jesus Cristo, nosso Senhor.”
Jesus chamou a Paulo no caminho de Damasco (At 9). Essa iniciativa de Cristo impactou a vida e a teologia de Paulo. Ele entendeu que o chamado divino tinha sido um ato da graça de Deus. Não dependia dele, por que naquele momento a sua disposição pessoal era contrária ao evangelho. Deus tomou a iniciativa de ir ao encontro daquele homem. Se fora assim com Paulo deveria ser com todos os outros. Pelo estudo das Escrituras o apóstolo entendeu que essa graça já estava prometida aos homens. Esse era o teor do “evangelho de Deus”. Por fim, Paulo fala do Espírito Santo como agente santificador (Rm 15.16; 1Pd 1.2). Cada membro da divindade desempenhando o Seu papel no plano da salvação.
2. Rm 8.14-17: “Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Pois vocês não receberam um espírito que os escravize para novamente temerem, mas receberam o espírito que os adota como filho, por meio do qual clamamos: ‘Aba, Pai’. O próprio Espírito testemunha ao nosso espírito que somos filhos de Deus. Se somos filhos, então somos herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo [Filho], se de fato participamos dos seus sofrimentos, para que também participemos da Sua glória.”
Ter o Espírito Santo é o critério para definir que é cristão ou não. Além de ser a garantia de nossa filiação, Ele desperta em nós a certeza da aceitação de Deus. A conseqüência lógica desse fato é que podemos nos confortar com a promessa de que seremos feitos herdeiros da glória de Deus pelo Pai e pelo Filho.
3. Rm 15.15, 16: “A respeito de alguns assuntos, eu lhes escrevi com toda a franqueza, principalmente para fazê-los lembrar-se novamente deles, por causa da graça que Deus me deu, de ser um ministro de Cristo Jesus para os gentios, com o dever sacerdotal de proclamar o evangelho de Deus, para que os gentios se tornem uma oferta aceitável a Deus, santificados pelo Espírito Santo.”
Paulo se coloca como um sacerdote diante do altar, onde o sacrifício são as pessoas redimidas pelo sangue de Cristo. Os gentios ganhos para o evangelho são retratados como um sacrifício oferecido a Deus. Essa obra de ministrar como sacerdote é a concretização da missão do Espírito Santo que trabalha no coração do pecador e do missionário capacitando-o para realizar a sua missão.
4. Rm 15.30: “Recomendo-lhes, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito, que se unam a mim em minha luta, orando a Deus em meu favor.”
O Espírito Santo levaria os homens a sentirem ternura pelos irmãos que tenham que passar por alguma necessidade. O Espírito Santo está envolvido por que atua como intercessor e como um ser pessoal, por que nos ama. Não podemos ser amados por uma energia ou uma força impessoal. Além de nos amar, o Espírito Santo é o canal usado por Deus para derramar o Seu amor em nós: “E a esperança não nos decepciona, porque Deus derramou seu amor em nossos corações, por meio do Espírito Santo que ele nos concedeu.” Rm 5.5.
5. 1Co 12.4-6: “Há diferentes tipos de dons, mas o Espírito é o mesmo. Há diferentes tipos de ministérios, mas o Senhor [Filho] é o mesmo. Há diferentes formas de atuação, mas é o mesmo Deus [Pai] quem efetua tudo em todos.”
Nessa passagem, o apóstolo Paulo demonstra que a capacitação da igreja para desempenhar a sua missão evangélica é obra da Trindade. O Espírito Santo define os dons que cada membro do corpo deve receber (veja com atenção os vers. 3, 7, 11). Esse poder de decisão revela que Ele é um ser pessoal.
6. 2Co 1.21, 22: “Ora, é Deus que faz que nós e vocês permaneçamos firmes em Cristo. Ele nos ungiu, nos selou como sua propriedade e pôs o Seu Espírito em nossos corações como garantia do que está por vir.”
A habitação do Espírito Santo no crente é a garantia de que ele vai estar na glória. O recebimento do Espírito Santo hoje é uma forma de sentir em parte o que vamos receber em plenitude no futuro. Paulo escreveu: “Vocês foram selados em Cristo com o Espírito Santo da promessa.” Ef 1.13.
7. 2Co 13.14(13): “A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vocês.”
Essa conclusão da epístola aos Coríntios é conhecida como a “benção apostólica”. Para comentários adicionais sobre esse versículo veja o capítulo 8.
8. Ef. 1.3-14: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestial em Cristo [...] NEle [em Cristo] temos a redenção por meio de Seu sangue, o perdão dos pecados, de acordo cm as riquezas da graça de Deus [...] Quando vocês ouviram e creram na palavra da verdade, o evangelho que os salvou, vocês foram selados em Cristo com o Espírito Santo da promessa.”
Comentário a essa doxologia pode ser encontrado no capítulo 8.
9. Ef 2. 18: “Pois por meio dEle [Cristo] tanto nós como vocês temos acesso ao Pai, por um só Espírito.”
O biblista Russel N. Champlin comenta essa afirmação trinitariana:
“Vemos que o acesso é possibilitado pela missão do Filho, que é realizado ‘no Espírito’, isto é, através do Seu poder, da Sua presença habitadora, de sua obra ministerial, e isto nos conduz ao ‘Pai’. [...] A doutrina da Trindade transparece por toda esta epístola. Os crentes são chamados pelo Pai, são remidos pelo Filho e são incorporados em um só corpo pelo Espírito Santo.”
10. Ef 3.14-19: “Por essa razão, ajoelho-me diante do Pai, do qual recebe o nome toda a família nos céus e na terra. Oro para que, com as suas gloriosas riquezas, Ele os fortaleça no íntimo do seu ser com poder, por meio do Seu Espírito, para que Cristo [Filho] habite no coração de vocês mediante a fé; e oro para que, estando arraigados e alicerçados em amor, vocês possam, juntamente com todos os santos, compreender a largura, o comprimento, altura e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo que excede todo conhecimento, para que vocês sejam cheios de toda a plenitude de Deus.”
Nessa oração intercessória de Paulo “podemos notar expressões de inclinações trinitárias: Deus fortalece-nos no íntimo, ‘através do Espírito’, e envia Cristo, Seu Filho, para habitar em nossos corações.”
11. Ef 4.4-6: “Há um só corpo e um só Espírito, assim como esperança para a qual vocês foram chamados é uma só; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus [Pai] e Pai de todos, que é sobre todos, por meio de todos e em todos”
Além da tônica trinitariana que encontramos na epístola aos Efésios, a parte final da carta descreve o como o crente pode ser “cheio do Espírito Santo”. Em Ef 4.30, Paulo escreveu que podemos entristecer o Espírito Santo: “Não entristeçam o Espírito Santo de Deus, com o qual vocês foram selados pra o dia da redenção.” Compare essas palavras com Is 63.10. Sobre isso, Walter T. Conner esclarece:
“Paulo exorta os efésios a não agravarem o Espírito Santo, como que eles estão selados para o dia da redenção. O contexto mostra que ele quer dizer que agravamos o Espírito quanto pecamos contra os nossos semelhantes – roubando, mentindo, dando lugar a iram, sendo indelicados e sem espírito perdoador em relação a outros. O cristão sente esta aflição em seu próprio coração quanto ele peca. Não é apenas a sua aflição; é a aflição do Espírito Santo de Deus que em nós vive e que se esforça para conduzir-nos em uma vida santa.”
12. 2Ts 2.13, 14: “Mas nós devemos sempre dar graças a Deus [Pai] por vocês, irmãos amados pelo Senhor [Filho], porque desde o princípio Deus os escolheu para serem salvos mediante a obra santificadora do Espírito e a fé na verdade. Ele os chamou para isso por meio de nosso evangelho, a fim de tomarem posse da glória de nosso Senhor Jesus Cristo.”
Paulo, nesta passagem, destaca que a salvação é uma obra divina: o Pai elege, o Filho ama a igreja por quem deu a Sua vida, e o Espírito Santo santifica.
13. Tt 3.4-6: “Houve tempo em que nós também éramos insensatos e desobedientes, vivíamos enganados e escravizados por toda espécie de paixões e prazeres. Vivíamos na maldade e na inveja, sendo detestáveis e odiando uns aos outros. Mas quando, da parte de Deus, nosso Salvador, se manifestaram a bondade e o amor pelos homens, não por causa dos atos de justiça por nós praticados, mas devido à sua misericórdia, Ele nos salvou pelo lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que Ele derramou sobre nós generosamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador.”
Baseado nessa passagem, Champlin comenta que “o Espírito Santo executa em nós toda a vontade de Deus para conosco, transformando-nos segundo a imagem de Cristo, para que nos tornemos seres celestiais, aptos para a vida nos céus.”
14. Hb 9.13, 14: “Ora, se o sangue de bodes e touros e as cinzas de uma novilha espalhadas sobre os que estão cerimonialmente impuros os santificam, de forma que se tornam exteriormente puros, quantos mais o sangue de Cristo [Filho], que pelo Espírito Eterno se ofereceu de forma imaculada a Deus [Pai], purificará a nossa consciência de atos que levam à morte, para que sirvamos ao Deus vivo!”
O Espírito santo torna real para o crente a salvação que Cristo oferece. Com contraste com a temporalidade do sistema sacrifical do AT, esse mesmo Espírito exerce Sua obra no homem de forma contínua e completa.
15. Hb 10.29, 30: “Quão mais serve o castigo, julgam vocês, merece aquele que pisou aos pés o Filho de Deus, profanou o sangue da aliança pelo qual ele foi santificado, e insultou o Espírito da graça? Pois conhecemos aquele que disse: ‘A mim pertence a vingança ; eu retribuirei’, e outra vez: ‘O Senhor julgará o Seu povo’. Terrível coisa é cair nas mão do Deus vivo [Pai]!”.
O título “Deus vivo” é comum no AT. Esse nome contrastava Jeová com os “ídolos mortos” – os falsos deuses do paganismo. O escritor enfatiza a justiça do Deus verdadeiro, mas para não dar uma impressão distorcida do caráter dEle, o Espírito Santo é chamado de “Espírito da graça”. É Ele que nos dá a certeza do perdão divino (veja Hb 6.4-6).
16. 1Jo 3.21- 24: “Amados, se o nosso coração não nos condenar, temos confiança diante de Deus e recebemos dele tudo o que pedimos, por que obedecemos aos seus mandamento e fazemos o que lhe agrada. E este é o sue mandamento: Que creiamos no nome de Seu Filho Jesus Cristo e que nos amenos uns os outros, como ele nos ordenou. Os que obedecem aos seu mandamentos nele permanecem, e ele neles. Do seguinte modo sabemos que Ele permanece em nós: pelo Espírito que nos deu.”
Quando a pessoa aceita a Cristo ele é batizado no Espírito Santo (Gl 3.1-5). Esse batismo nos faz novas criaturas e a partir da morada dEle no crente Ele se torna seu guia e instrutor. 1Jo 2.20 fala dessa promessa: “vocês têm uma unção que procede do Santo, e todos vocês tem conhecimento”. O versículo 27 complementa: “Quando a vocês a unção que receberam dEle permanece em vocês, e não precisam que alguém os ensina; mas,como a unção dele recebida, que é verdadeira e não falsa, os ensina acerca de todas as coisas, permaneçam nEle como ele os ensinou.” Isso cumpre a promessa que Jesus fez: “Mas quando o Espírito da verdade vier, Ele os guiará a toda a verdade.” Jo 16.13. Ela cumpre também a promessa de Deus em Jr 31.33, 34: “‘Esta é a aliança que farei com a comunidade de Israel depois daqueles dias’, declara o Senhor: ‘Porei a minha lei no íntimo deles e a escreverei nos seus corações. Serei o Deus deles, e eles serão o meu povo. Ninguém mais ensinará ao seu próximo nem ao seu irmão, dizendo: ‘Conheça ao Senhor’, porque todos eles me conhecerão, desde o menor até o maior’,diz o Senhor.”
17. 1Pd1.1,2: “Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos eleitos de Deus, peregrinos dispersos no Ponto, Galácia, na Capadócia, na província a Ásia e na Bitínia, escolhidos de acordo com o pré-conhecimento de Deus Pai, pela obra santificadora do Espírito, para a obediência a Jesus Cristo e a aspersão do Seu sangue: graça e paz lhes sejam multiplicadas.”
O apóstolo Pedro também entendia o Pai, o Filho e o Espírito Santo como sendo Deus. A sua saudação em sua primeira epístola, destaca o envolvimento do Deus triuno na eleição dos salvos: “Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos eleitos de Deus [...] escolhidos de acordo com o pré-conhecimento de Deus Pai, pela obra santificadora do Espírito, para a obediência a Jesus Cristo e aspersão do Seu sangue.” (cap. 1.1 e2). Em seu sermão pregado no dia de Pentecostes, Pedro já havia falado da pré-ciência de Deus como determinando o sofrimento pelo qual Cristo deveria passar: “Este homem [Cristo] lhes foi entregue por propósito determinado e pré-conhecimento de Deus” (At 2.23). Ele então cita a Trindade: “Deus ressuscitou este Jesus, e todos nós somos testemunhas desse fato. Exaltado à direita de Deus, ele recebeu do Pai o Espírito Santo prometido e derramou o que vocês agora vêem e ouvem.” (vers. 32, 33).
18. 1Pd 3.18: “Pois também Cristo sofreu pelos pecados uma vez por todas, o justo pelos injustos, para conduzir-nos a Deus. Ele foi morto no corpo, mas vivificado pelo Espírito.”
Sobre quem ressuscitou a Jesus, veja os comentários feitos na pág. XX, no Apêndice 1.
19. Jd 20, 21: “Edifiquem-se, porém, amados, na santíssima fé que vocês têm, orando no Espírito Santo. Mantenham-se no amor de Deus, enquanto esperam que a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo os leve para a vida eterna.”
Judas conclui sua pequena epístola com uma clara afirmação trinitariana.
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Ibidem.
SILVA, Demóstenes Neves da. A Trindade e o Espírito Santo, p. 7.
COONNER, Walter Thomas. Revelação e Deus, p. 291.
CHAMPLIN, Russel N. O Novo Testamento interpretado versículo por versículo, vol. 4, p. 586.
Idem, p. 586.
Revelação e Deus, p. 276.
CHAMPLIN, Russel N. O Novo Testamento interpretado versículo por versículo, vol. 5, p. 440.