

Dr. BRAY -e a Antiguidade dos Valdenses
No prefácio do seu livro: A História dos Antigos Valdenses, ele declara:
"À medida que o anti-cristianismo gradualmente prevalecia na igreja ocidental aqueles notáveis e gloriosas Duas Testemunhas, se retiraram mais e mais para o deserto, ou para os lugares inacessíveis do Alpes e as partes montanhosas da França; e como predito a respeito deles em Apocalipse 12:14, por algum tempo permaneceram ali ocultos.
"Mas a medida que o anti-Cristo atingiu finalmente o auge de seu poder, e os príncipes europeus por medo da ira de Roma, e tendo-se ligado inteiramente a Sé Romana a tal ponto de submeterem-se ao degradante ofício de serem meramente executores dos cristãos acusados pela Sé de Roma - que é o homem do pecado, o filho da perdição. Assim os chamados,os eleitos e fiéis foram levados a grande angústia. Contudo o farol da verdade continuou a arder e a chama do evangelho primitivo a resplandecer. "
Dr. BRAY - e a Antiguidade dos Valdenses
Como o nome Vallenses, o antigo nome dos Vaudois teve sua origem do lugar de sua habitação e não no nome de Valdo. Assim quando os discípulos e descendentes de Pedro Valdo foram dispersos para outros lugares, Allix confessa que alguns deles se uniram com a igreja nos Vales do Piemonte, sendo constrangidos a isso pela perseguição que os dispersou perto e longe. Mas Pedro Valdo não foi o fundador das igrejas dos vales, que já existiam muito tempo antes dele. Em realidade parece que ele não teve qualquer contato com os do vale.
Os autores que narram sua história, afirmam que ele se retirou de Lion para Picardy de Flander. Ele morreu antes do ano 1179, como aparece da descrição de Gulielmus Mappus. A maioria de seus discípulos se espalharam entre os albigenses, que já existiam bem antes de Valdo, como se pode comprovar do sermão sessenta e quatro de Bernardo sobre Cantares.
Aqueles valdenses que fugiram para a Itália não deram o nome às igrejas daquele país, que já antes daquele tempo eram chamados de valdenses, do lugar onde viviam. Foi devido a malícia de seus inimigos, e o desejo de apagar a memória de sua antiguidade, que levou seus adversários a imputar a origem deles a um período posterior, e a Pedro Valdo.
BOYLER - sobre a Antiguidade dos Valdenses
Ninguém pode ler a história dos Vaudois sem admirar-se das maravilhas que Deus operou em favor deles de tempos em tempos na preservação e livramento desse povo. E essas maravilhas são tão grandes e tantas, e foram documentadas e confirmadas.
Eles são chamados Vaudois, não porque descendem de Pedro Valdo de Lion, mas porque eles são os habitantes originais dos vales. Pois a palavra Vaudois ou Valdense provém da palavra val, que significa vale. Assim os protestantes da Boêmia foram aprincípio cgamados Picard, porque eles vieram da Picardia, o lugar que antes moravam. Os Taboritas, na mesma forma foram assim chamados da cidade de Tabor, o lugar onde residiam. Os Albigenses foram chamados assim, porque eles habitavam na cidade de Albi.
Dos Vaudois do Piemonte são descendentes os vaudois de Provença, onde alguns deles habitaram e semearam sua doutrina; e de Provença eles se espalharam para Languedoque onde fizeram um maravilhoso progresso. Isso demonstra que os vaudois do Piemonte não são descendentes de Pedro Valdo.
Autênticos registros e atas provam que os vaudois do Piemonte haviam protestado contra os erros da igreja de Roma setenta anos que Valdo aparecesse no mundo. Pois Pedro Valdo não começou a pregar contra a corte de Roma até o ano 1175. Mas os vaudois em sua própria língua, produziram diversos tratados e assuntos religiosos no ano 1100 e outros no ano 1120, setenta e cinco anos antes de Valdo. Estes documentos foram salvos das chamas daquele lamentável massacre contra aquele pobre povo no ano 1665, e os originais foram postos nas mãos do Mr. Morland, um embaixador inglês, e depois enviados para serem guardados na Universidade de Cambridge. Cópia desses documentos acham-se na História Geral das Igrejas dos Vaudois por J. Leger, ministro dos vales.
E não se deve duvidar que os vaudois do Piemonte tinham registros mais antigos de sua doutrina, os quais foram queimados nas ruínas de suas igrejas pelos seus inimigos. Esses preciosos documentos dos antigos valdenses contém sua doutrina, liturgia, disciplina, as controvérsias que enfrentaram e a Confissão de Fé.
Os Vaudois, ou os habitantes dos vales do Piemontes, receberam a doutrina do evangelho nos tempos dos apóstolos, ou dos próprios apóstolos, ou por aqueles que imediatamente os sucederam. Paulo sendo levado prisioneiro para Roma no reinado de Nero, teve a liberdade de pregar, converter a muitos e fortalecer a igreja cristã em Roma. Cerca de quatro anos antes, de Corinto, havia enviado a excelente Epístola aos Romanos. Durante o tempo que esteve preso o apóstolo escreveu quatro epístolas: Filipenses, Efésios, Colossenses e Filemom. Sua fama e doutrina atingiu com força a corte do imperador, como nota-se da epístola que escreveu de Roma aos Filipenses, onde ele afirma em Fp. 1:12,13 que suas cadeias estava resultando em grande progresso do evangelho, de formas que suas cadeias em Cristo se tornaram conhecidas a toda guarda pretoriana.
Pela influência e zelo do apóstolo Paulo e de missionários nas décadas que se seguiram da própria igreja de Roma, o evangelho pode ter alcançado a região do Piemonte, estabelecendo ali os princípios genuínos da fé cristã. Como os vales do Piemonte foram iluminados com os brilhantes raios do evangelho, os habitantes dessas regiões conservaram a pureza da religião cristã sem qualquer mistura de tradições humanas:
Nunca introduziram imagens ou altares em suas igrejas; nunca invocaram a anjos ou santos; nunca creram em um purgatório; nunca reconheceram outro mediador a não ser Jesus Cristo, outro mérito a não ser sua morte; nunca aceitaram a doutrina da missa, da confissão auricular, dos jejuns formais, do celibato dos sacerdotes, da doutrina da transubstanciação; antes eles sempre sustentaram as Santas Escrituras como a perpétua regra de fé, e não recebiam ou criam em qualquer coisa exceto o que as Escrituras ensinam. E sua doutrina foi sempre a mesma. Isso é comprovado pelas atas e confissões que foram preservadas das chamas que reduziram suas igrejas e casas em cinzas.
Entre estes escritos um foi escrito em sua própria língua vulgar no ano 1100, chamado A nobre Lição, porque apresenta regras do viver em santidade e boas obras. Além de um catecismo do mesmo ano, onde, em perguntas e respostas são ensinados as principais doutrinas da fé cristã, de acordo com a Palavra de Deus sem qualquer mistura de tradição. Também uma explicação do Pai Nosso, no ano 1120, e uma explicação do Credo dos Apóstolos, com algumas passagens das Escrituras explicando cada artigo. E a isto é incluído um resulo da Explicação dos Dez mandamentos, e também um pequeno livro sobre as obras do anti-Cristo. Estes três escritos foram feitos no ano 1120, e o último desses três mostra que são identificados com o anti-Cristo aqueles que ensinam doutrinas contrárias à Palavra de Deus. Eles refutam as doutrinas de oração pelos mortos, purgatório, confissão auricular,rejeitam todas as tradições que não estão na Palavra de Deus e que não estão em harmonia com ela.