

OS VALDENSES - MODELO DE FIEL EDUCAÇÃO NO LAR
- Pura, singela e fervorosa era a piedade desses seguidores de Cristo. Os princípios da verdade , avaliavam-nos eles acima de casas e terras, amigos, parentes, e mesmo da própria vida. Semelhantes princípios ardorosamente procuravam eles gravar no coração dos jovens. Desde a mais tenra infância os jovens eram instruídos nas Escrituras, e ensinava-lhes a considerar santos os requisitos da lei de Deus. Sendo raros os exemplares das Escrituras, eram suas preciosas palavras confiadas à memória. Muitos eram capazes de repetir longas porções tanto do Antigo como do Novo Testamento. Os pensamentos de Deus associavam-se ao sublime cenário da Natureza e às humildes bênçãos da vida diária. Criancinhas aprendiam a olhar com gratidão a Deus como o Doador de toda mercê e conforto.
Os pais, ternos e afetuosos como eram, tão sabiamente amavam os filhos que não permitiam que se habituassem à condescendência própria. Esboçava-lhes diante deles, uma vida de privações e agruras, talvez a morte de mártir. Eram ensinados desde a infância a suportar rudezas, a sujeitar-se ao domínio, e contudo a pensar e agir por si mesmos. Muito cedo eram ensinados a suportar responsabilidades, a serem precavidos no falar e a compreenderem a sabedoria do silêncio. Uma palavra indiscreta que deixassem cair aos ouvidos dos inimigos, poderia pôr em perigo não somente a vida do que falava, mas a centenas de seus irmãos; pois, semelhantes a lobos à caça da presa, os inimigos da verdade perseguiam os que ousavam reclamar liberdade para a fé religiosa. - O Grande Conflito, págs, 63,64.
OS VALDENSES - MODELO DE ECONOMIA E TRABALHO
- Os valdenses haviam sacrificado a prosperidade temporal por amor à verdade, e com paciência perseverante labutavam para ganhar o pão. Cada recanto de terra cultivável entre as montanhas era cuidadosamente aproveitado; fazia-se que os vales e as encostas menos férteis das colinas também produzissem. A economia e severa renúncia de si próprio formavam a parte da educação que seus filhos recebiam como seu único legado. Ensinava-se-lhes que Deus determinara fosse a vida uma disciplina e que suas necessidades poderiam ser supridas apenas mediante o trabalho pessoal, previdência, cuidado e fé. O processo era laborioso e fatigante, mas salutar, precisamente o de que o homem necessita em seu estado decaído - escola que Deus proveu para seu ensino e desenvolvimento. Enquanto os jovens se habituavam ao trabalho e aspereza, a cultura do intelecto não era negligenciada. Ensinava-se-lhes que todas as suas capacidades pertenciam a Deus, e que deveriam todas ser aperfeiçoadas e desenvolvidas para o seu serviço. - O Grande Conflito, pág, 64.
OS VALDENSES - MODELO DE ZELO PELA BÍBLIA
- Satanás incitara sacerdotes e prelados a enterrarem a Palavra da verdade sob a escória do erro, heresia e superstição; mas de modo maravilhoso foi ela preservada incontaminada através de todos os séculos de trevas. Não trazia o cunho do homem, mas a impressão divina. Os homens se tem demonstrado incansáveis em seus esforços para obscurecer o claro e simples sentido das Escrituras, e fazê-las contradizerem seu próprio testemunho; porém, semelhante a arca sobre as profundas águas encapeladas, a Palavra de Deus leva de vencida as borrascas que a ameaçavam de destruição. Assim como tem a mina ricos veios de ouro e prata ocultos por sob a superfície, de maneira que todos os que desejem descobrir os preciosos depósitos devem cavar, assim as Escrituras Sagradas tem tesouros de verdade que são revelados unicamente ao ardoroso, humilde e devoto pesquisador. Deus destinara a Bíblia a ser um compêndio a toda a humanidade, na infância, juventude e idade madura, devendo ser estudada através de todos os tempos. Deu Sua Palavra aos homens como revelação de Si mesmo. Cada nova verdade que se divisa é uma nova revelação do caráter de Seu Autor. O estudo das Escrituras é o meio divinamente ordenado para levar o homem a mais íntima comunhão com seu Criador e dar-lhe mais claro conhecimento de Sua vontade. É o meio de comunicação entre Deus e o homem. . . .
Os valdenses foram os primeiros dentre os povos da Europa a obter a radução das Escrituras. Centenas de anos antes da Reforma, possuíam a Bíblia em manuscrito, na língua materna. Tinham a verdade incontaminada, e isto os tornava objeto especial de ódio e perseguição. . .
Desde a mais tenra infância os jovens eram instruídos nas Escrituras, e ensinava-se-lhes a considerar santos os requisitos da lei de Deus. . . De seus pastores recebiam os jovens instrução. Conquanto se desse atenção aos ramos dos conhecimentos gerais, fazia-se das Escrituras Sagradas o estudo principal...
Para os valdenses não eram as Escrituras simplesmente um registro do trato de Deus para com os homens do passado e a revelação das responsabilidades e deveres do presente, mas o desvendar dos perigos e glórias do futuro. Acreditavam que o fim de todas as coisas não estava muito distantes; e, estudando a Bíblia com oração e lágrimas, mais profundamente se impressionavam com suas declarações e com o dever de tornar conhecidas a outras as suas verdades salvadoras. Viam o plano da salvação claramente revelado nas páginas sagradas e encontravam conforto, esperança e paz crendo em Jesus. Ao iluminar-lhes o entendimento e ao alegrar-lhes ela o coração anelavam derramar seus raios sobre os que se achavam nas trevas do poder papal. - O Grande Conflito, págs. 66,62,63,65, 69
O PREFÁCIO DE OLIVETAN, PRIMO DE CALVINO, À TRADUÇÃO DA BÍBLIA NA NA LÍNGUA FRANCESA, DOS ORIGINAIS DOS MANUSCRITOS DA BÍBLIA TRADUZIDA DOS VALDENSES:
Durante o sínodo de 1532, examinando os manuscritos do Antigo e Novo Testamento no vernacular Romaunt, os representantes protestantes da França e Suíca, pediram que toda Bíblia pudesse ser dada a França por meio de uma tradução impressa. A isto os Vaudois concordaram, pois seus próprios livros estavam em manuscritos.
Pierre Robert, chamado Olivetan - um dos delegados da Suíca - para supervisionar a tradução. Para esta finalidade ele se refugiou a uma remota vila nos vales.
PREFÁCIO DA BÍBLIA FRANCESA, POR OLIVETAM - 3/JUNHO/1535:
Traduções de livros importantes são dedicados a príncipes, reis, imperadores e monarcas, ou algum governante. A Bíblia, o Sagrado Tesouro, dedicada àqueles que desejam compreender o propósito divino. Me deram a incumbência de revisar a tradução feita do hebraico e do grego, deste precioso tesouro.
1. A Ti ó Deus, nos deixastes a voz e Palavra da Verdade e Vida - a Palavra de Deus que dura para sempre;
2. Pela Tua Palavra tens enriquecido o pobre, outorgado felicidade ao desafortunado, aconselhado o que se acha em solidão, removido as dúvidas, protegido o que se acha em perigo, acalmado as tormentas da vida, tens honrado os Teus servos, tens prosperado aqueles que te amam mesmo nas adversidades, tens avivado os pobres de espírito;
3. Aceita, portanto, te peço, ó pobre pequena igreja esta dádiva que eu te ofereço em nome daquele pobre povo, os valdenses, que habitam nos vales do Piemonte. Não nos envergonhamos de vos apresentar tal dádiva real. -
OLIVETAN E SEU PRIMO CALVINO:
- Estava em Paris um primo de Calvino, que se havia unido aos reformadores. Os dois parentes muitas vezes se encontravam, e juntos discutiam as questões que estavam perturbando a cristandade. "Não há senão duas espécies de religião no mundo"dizia o protestante Olivetan. Uma é a espécie de religião que os homens inventaram, e em todas as quais o homem se salva por cerimônias e boas obras; a outra é a religião que está revelada na Escritura Sagrada e ensina o Homem a esperar pela salvação unicamente da livre graça de Deus. - E. G. White, O Grande Conflito, págs, 217,218.