Existem dois tipos de professos cristãos: aqueles que são atraídos pelo medo, e aqueles que são atraídos pelo amor.
Os que são atraídos pelo medo são impelidos pelo receio de serem lançados no lago de fogo de Ap 20:15, e sofrerem os duros castigos de Ap 3:19. Procuram fazer a vontade de Deus para se livrarem dos Seus juízos, e essa é a grande motivação para o seu zelo.
Como acreditam que os seus pecados os condenam ao fogo eterno, dirigem a vida em um esforço interminável para “não pecar”, garantindo, dessa forma, que nada os impedirá de alcançar a salvação. No fundo, agem de forma egocêntrica, porque o foco do seu serviço está em garantir que vão evitar o inferno, e ganhar o céu. O próprio espírito missionário acaba sendo manchado por uma postura arrogante e crítica.
Se incomodam com o erro alheio, não por compaixão pela alma em pecado, mas porque se sentem ofendidos e não querem ser contaminados. É uma classe de crentes que acredita que a obediência é “causa” e não “efeito”. Limitam a atuação do Espírito em suas vidas, e são consumidos pela luta interminável contra o pecado.
Já aqueles que são atraídos pelo Amor servem a Deus como uma reação natural ao enorme e imerecido dom que lhes foi concedido através do sacrifício de Cristo. A consciência do valor que temos aos olhos de Deus os constrange a servi-Lo de todo o coração (2 Co 5:14). Não pelo que Ele vai fazer, mas pelo que Ele JÁ FEZ (Rm 5:8).
Abrem mão de si mesmos porque sabem que só existem pela misericórdia divina, e tem o desejo de se tornarem tudo o que Deus espera deles, para O glorificarem e o honrarem (Mt 5:16).
A obediência entra nesse processo como a própria Bíblia define: um fruto da permanência em Cristo (Jo 15:5)! É o resultado da atuação do Espírito na vida de quem morreu para o eu, e passou a viver para Deus (Ez 36:27 / Lc 9:23). É o transbordar da graça na existência de quem aprendeu a servir por amor, e não por interesse (João 14:15).
E essa mesma Graça nos “obriga” a anunciar essa salvação maravilhosa e transformadora a todos os que nos cercam (Rm 1:14). Não para mostrar que estamos mais certos do que eles, mas pra compartilhar o enorme privilégio de nos sentirmos plenamente amados por quem nos criou, redimiu e transformou.
Que possamos fazer parte deste segundo grupo!