

A globalização aproximou o ser humano do mundo. Lugares desconhecidos, produtos regionais, pessoas distantes e artigos raríssimos de outras culturas agora passaram a fazer parte do dia a dia das pessoas. Esse processo possibilita um brasileiro sair para saborear um fast food árabe no Habib`s, usando um tênis da Nike produzido na China, um moletom da GAP produzido nas Ilhas Saipan e tudo isso ele faz a bordo do seu carro Corolla que é produzido com tecnologia japonesa. Esse é um dos frutos da globalização. Infelizmente com esse processo, implantou-se na sociedade um desejo desenfreado pelo consumo onde o ter é mais importante que o ser.
Dentro do consumismo desenfreado em que esta sociedade vive, é quase que palpável a mudança da consistência dos relacionamentos humanos. Para o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, a forma líquida é a melhor maneira de se definir os relacionamentos de hoje. Numa entrevista exclusiva concedida ao NPEC (Núcleo de Pesquisa em Estudos Culturais), Bauman ilustrou essa mudança com o seguinte relato:
“Um viciado do Facebook gabou-se para mim de que havia feito 500 amigos em um dia. Minha resposta foi: tenho 86 anos, mas não tenho 500 amigos; Eu não consegui isso. Então provavelmente quando ele diz ‘amigo’ e eu digo ‘amigo’, não queremos dizer a mesma coisa. São coisas diferentes. Quando eu era jovem, nunca tive o conceito de ‘redes’, tínhamos o conceito de laços humanos.”
Ao analisar a forma como os relacionamentos acontecem, pode-se notar que a rapidez com que se iniciam é provavelmente a mesma forma que irão terminar. A forma como se descarta alguém do círculo afetivo é fruto de uma busca implacável pelo prazer individual. Ou seja, enquanto estiver sendo útil, prazeroso e cômodo é bom continuar. A partir do momento em que essa união já não mais é benéfica para um dos lados, descarta-se o problema e busca-se uma nova oportunidade de ter suas necessidades afetivas supridas. Ao traçar um paralelo entre a sociedade de consumo e os relacionamentos atuais, a doutora Cláudia Bonfim compara a forma como são analisados os produtos em uma vitrine à maneira como é escolhido alguém para se relacionar. Numa época em que a cada dia aparecem produtos melhores que ontem, não é de se estranhar que o ser humano olhe para o seu semelhante com um desejo quase que comercial.
Bauman, enxerga na sociedade liquida atual uma preferência à liberdade em detrimento da segurança de um relacionamento estável. Assumir algo não é muito a característica desse modelo de vida. Por trás dessa suposta liberdade, pode-se enxergar uma massa de pessoas com seus celulares e notebooks vivendo uma solidão coletiva por escolherem a praticidade dos relacionamentos líquidos.
A Bíblia também pode nos oferecer subsídios para compreender porque a nossa sociedade age dessa forma. No livro de 2 Timóteo 3.1-5 temos a prova clara de que os tempos ali referidos como difíceis e os adjetivos ali propostos, sem sombra de dúvidas pertencem à sociedade em que vivemos atualmente.
Caro internauta, ao analisar essa situação você pode agir de duas maneiras.
1) Se conformar e deixar a situação te levar.
2) Não se conformar e moldar o rumo da sua vida.
Na famosa citação de Deuteronômio 30.19, podemos entender que todos tem a oportunidade de escolher que caminho seguir. Podemos fazer uma releitura dessa passagem e entender o seguinte:
‘Hoje eu coloco o céu como testemunha que te dei oportunidade de escolher que caminho seguir. Você pode escolher ser um adicto ou um `limpo`. Você pode escolher ser um consumista fútil ou um consumidor consciente. Você pode escolher viver um relacionamento sem compromisso ou você pode assumir a responsabilidade de um relacionamento sério. Você pode escolher deixar a vida te levar do jeito que o mundo quer ou você pode renovar a sua mente e traçar um caminho melhor. Tudo isso faz parte do direito de escolha que Deus te dá. Mas por favor, o verso pede, faça as escolhas certas, pois somente com elas você poderá viver mais e melhor. ’
Para refletir: Qual consequência essa vida ‘líquida’ sem compromisso está tendo sobre você?
Por: Walter Vinicius