

As conclusões de Faber extraídas de seu livro: The History of the Ancient Valenses and Albigenses:
Em harmonia com a promessa de nosso Salvador Jesus Cristo, nunca deixou de existir, desde a primeira promulgação do evangelho, uma igreja visível de crentes piedosos e fiéis. Através de todos os períodos mais obscuros, mesmo naquele século que Baronio chama de "Século de ferro e obscuro"essa igreja visível e fiel tem continuamente existido. Embora, frequentemente, por toda a aparência exterior, à beira da destruição. Ver Baronius Annals em 900 d. C.
Houve um tempo quando, devido ao ensino em latim, o conhecimento religioso estava bem baixo, que o cardial Baronius, zeloso defensor e historiador da igreja romana, fala daquela época como se o próprio Cristo estivesse adormecido! enquanto a nossa mística igreja estava sendo sacudida pelas ondas, e pior de tudo, e o que ele julgava mais grave que a alegada sonolência do Redentor, era que os marinheiros eclesiásticos do papado roncavam, que os discípulos que podiam despertar seu Mestre adormecido não podiam ser encontrados. Ver Baronius Annals em 912 d. C.
Contudo Aquele que é o guarda de Israel não dormita nem dorme. Profundo como havia sido a sonolência da apostasia a qual Baronius, com justiça reclamava; extensa como podia estar aquela grande apostasia da fé, que Paulo tão distintamente predisse, Cristo teve seus marinheiros, despertos, ativos e zelosos em seus postos. Aquilo que o cardial não pôde encontrar através do vasto e obscuro domínio do papado, continuou a ser visto nos vales afastados de Dauphinye e Piemonte.
Nos Vales dos Alpes,pelas igrejas visíveis e fiéis, a antiga fé do cristianismo foi preservada, através de todos os séculos da idade escura de inovações supersticiosas, - foi preservada incontaminada e pura. "Eis que a sarça ardia e não se consumia. "O Anjo do Senhor estava ali, e os braços do Poderoso Deus de Jacó era sua proteção. Portanto, o homem do pecado, o filho da perdição não podia destruí-la, e os inimigos foram incapazes de desarraigá-la pela violência.
Desde os tempos apostólicos até o presente, a venerável igreja foi estabelecida nos Vales do Cotian Alpes. Ali nunca deixou de se professar o mesmo e invariável sistema teológico, fielmente refletindo o evangelho sincero e não adulterado da igreja primitiva. E ali, tanto na teoria como a prática de seus membros correspondiam com sua profissão.
Esta memorável igreja forma, em primeiro lugar, o elo de ligação entre a igreja primitiva e a igreja dos Albigenses, pois o surgimento dos Albigenses ou Pauliceanos não se deu antes da metade do Século VII. Em segundo lugar, forma o elo de ligação entre a igreja primitiva e a Reforma do Século XVI. Assim, em uma igreja visível, a promessa de perpetuidade e pureza, feitos por nosso amado Salvador, foram exatamente cumpridas.
No prefácio do livro : The Glorius Recovery, Henry Arnaud afirma: “Os vaudois são descendentes daqueles refugiados da Itália, que, depois do apóstolo Paulo ter pregado, deixaram sua bela pátria, e fugiram, como a mulher mencionada no Apocalipse, para as montanhas isoladas, onde até este dia tem preservado o evangelho, de pai para filhp, na mesma pureza e simplicidade como foi pregado pelo apóstolo Paulo. "
O inquisidor Reinerius Sacco, e escritor do Século XIII, atesta a remota antiguidade dos valdenses do Piemonte: “Que no julgamento de alguns inquiridores, os leonistas ( ou seja, valdenses do Piemonte ) existiam desde o tempo do papa Silvestre. "
Pilichdorf, outro escritor do Século XIII, nos informa: “Que as pessoas que alegavam sua existência como remontando a época do papa silvestre, eram os valdenses. "
E Claudio Scyssel, que foi arcebispo de Torino na parte final do Século XV e começo do Século XVI, que vivia próximo aos valdenses do Piemonte, e que em realidade tinha aquela região como dentro dos limites de sua província, nos afirma que: “Os valdenses do Piemonte derivaram-se de uma pessoa chamada Leo, que no tempo do imperador Constantino, abominando a avareza do papa Silvestre, e a imoderada doação e favores que a igreja romana recebia do império romano, separou-se daquela comunhão e levou consigo aqueles que entretinham corretos sentimentos concernentes a Cristo. "
O historiador valdense Boyer, comenta: “Ó maravilha! Deus, através de Sua sábia Providência, preservou a pureza do evangelho nos vales do Piemonte, do tempo dos apóstolos até nossos dias. "Boyer - Abrege de L'Hist. des Vaudois, p. 23.
Neste mesmo objetivo, os próprios valdenses apresentaram sua Confissão de fé a Francisco I, imperador da França, no ano 1544: “Esta Confissão é aquela que temos recebido de nossos ancestrais, mesmo de mão em mão, de acordo com seus predecessores, em todos os tempos, e em cada geração, foi ensinada e entregue. "Leger. Hist. des Voud, part. I, pág. 163.
Com esta mesma argumentação, em 1559, eles apresentaram sua petição a Emmanuel Philibert de Savoy: “Que vossa alteza considere, que esta religião, na qual vivemos, não é meramente nossa religião do tempo presente ou uma religião descoberta pela primeira vez a poucos anos atrás, como nossos inimigos falsamente proclamam. Mas esta é a religião de nossos pais e de nossos avós, sim de nossos ancestrais e de nossos predecessores ainda mais remotos. É a religião de santos e mártires, de confessores e de apóstolos. "
Da mesma forma, escrevendo aos reformadores do Século XVI, eles ainda harmoniosamente apresentam o mesmo tradicional argumento de uma antiguidade apostólica. Embora no conhecimento e conquistas, pobres e ocultos como haviam sido, eles modestamente confessam sua própria inferioridade aos bens instruídos pregadores da Reforma, cuja assistência eles solicitam: “Nossos ancestrais freqüentemente nos contaram que temos existido desde os tempos apostólicos. Em todos os assuntos concordamos com vosso ensinamento. E pensamos que desde os próprios dias dos apóstolos sempre estivemos em harmonia em relação à fé. Neste particular apenas, podemos dizer que somos diferentes de vós:que devido a nossa própria falta e morosidade de nosso talento, não entendemos as Sagradas Escrituras com tão exata compreensão como vós. "Muston,- Hist. des. Vaud, p. 101. Scultet - Annal. Evangel. Renovat, in 1530 d. C. , pág. 163.
Finalmente é mencionado por Leger que aos príncipes da Casa de Savoy, eles continuamente afirmavam a uniformidade de sua fé, de pai para filho, através de tempo imemorável, mesmo do próprio século dos apóstolos. Estes soberanos sempre mantiveram um profundo silêncio com respeito a tais alegações. Este fato, Leger observa com razão, ser suficiente prova que indica ser esta uma verdade abrigada na íntima consciência dos governantes de Savoya. - Leger, Hist. des Vaud, par. I, pág. 164. Gilly's Waldens Research, pág. 40
Opiniões e costumes passam de pai para filho, nesses lugares retirados entre as montanhas. Portanto, no plano da providência de Deus, as montanhas e os vales dos Alpes do Piemonte foram escolhidos como um refúgio, onde sem mudança dos primeiros séculos, o puro cristianismo pudesse ser preservado. Quando pessoas vivendo nesses lugares isolados, aproximavam-se do mundo agitado, seus sentimentos são despertados. Refugiando-se, como o fizeram os ancestrais dos vaudais, da perseguição de Décio, eles se ocultaram figuradamente em uma espaçosa caverna. Aqui eles ficaram como adormecidos por 187 anos. Quando se despertaram, deram-se conta de que fielmente refletiam os sentimentos, hábitos e opiniões dos primitivos cristãos. Enquanto que: que tremenda mudança ocorreu no mundo? O cristianismo, outrora repudiado e perseguido, tornara-se agora triunfante. Tudo era novo. Somente os Alpes Cottian,no Piemonte, permaneceu como a única terra onde o cristianismo primitivo continuou sendo exemplificado.