Minha Profissão é a Melhor

 Toda criança, seja menina ou menino, em alguma fase da infância começa a escutar a seguinte pergunta: “O que você vai ser quando crescer?”.  Ao fazer esta pergunta espera-se uma resposta relacionada a alguma atividade profissional. Quando criança, não é possível compreender sobre as responsabilidades da fase adulta e da importância de desenvolver os seus dons na realização de alguma atividade. Mas é nesta fase que começamos a nos espelhar em pessoas ao nosso redor e a escutar conselhos sobre vantagens e desvantagens de atividades profissionais diversas.

Na atual sociedade a mulher conquistou o seu espaço profissional e os movimentos feministas utilizam o seguinte lema: “você pode ser o que quiser” ou “lugar de mulher é onde ela quiser”. Estas afirmações acompanham o lema do empoderamento feminino, mas sabemos que o Poder Feminino pregado pelo mundo é diferente do Poder que recebemos do nosso próprio Criador, Deus.

Não podemos confundir o exercício e desenvolvimento das faculdades da mulher cristã com estes movimentos sociais. Na própria Bíblia temos vários exemplos de mulheres que dedicaram o seu tempo de forma exclusiva ao seu lar e de outras que também exerciam funções fora do lar, por escolha ou necessidade.

Todas nós temos dons e talentos e eles precisam ser utilizados e desenvolvidos da melhor maneira possível, inclusive na atividade profissional. Em diversos livros de Ellen G White ela nos mostra a importância da mulher desenvolver as suas faculdades.

“Devotando-se decididamente a tornar-se uma mulher tão perfeita quanto possível, de modo que sua vida possa ser útil e ela aprenda uma profissão que lhe permita obter emprego e tornar-se independente.” (Filhas de Deus. E.G.White p.170).  Neste texto inspirado observamos o quanto é importante que a mulher se sinta útil, porque ela só vai conseguir demonstrar tal característica se este sentimento for real na sua vida. Ele também nos mostra a necessidade de aprendermos uma profissão que possa lhe resultar em independência. Este aprendizado não acontece sem o nosso esforço e dedicação.

Em fevereiro de 1884, Ellen White escreveu uma carta destinada a administradora do retiro de Saúde Santa Helena, e ela ressalta a necessidade de ter mulheres de intelecto aguçado e ágil, preparadas para gerir negócios, ou seja, mulheres empreendedoras. Será que esta também não é uma das nossas grandes necessidades na atualidade? Nesta mesma carta ela diz “...você pode ser mais útil, minha irmã, quando deixar de permitir que coisas sem importância ocupem seus momentos áureos”. 

O nosso tempo e a nossa energia, ou disposição, é muito importante e vamos prestar conta deles. Por mais que a atividade profissional seja a realização de um sonho ou nos proporcione o retorno financeiro planejado e esperado, devemos ter cuidado com o tempo que dedicamos a ela. Então, não podemos gasta-los inteiramente com a vida profissional. Precisamos buscar viver uma vida com equilíbrio, principalmente em relação as nossas prioridades que são o lar, a família, o momento de comunhão com Deus, a atividade profissional e a vida social.

É maravilhoso observar que Deus nos criou únicas, e, portanto, temos talentos diferentes e não exercemos as mesmas tarefas. E quando cada uma desenvolve as suas habilidades, seja ela natural ou adquirida, há harmonia no todo. Porque há trabalhos diferenciados e eles precisam ser desenvolvidos por mulheres com perfil diferentes e todos eles são importantes para a sociedade e para Deus.

Independente da função que a mulher exerça na sociedade, não podemos nos esquecer da grande missão que nos foi confiada, de ser Mulher Virtuosa, conforme descrição de Provérbios 31:10-31 e, sempre buscando orientação da sabedoria Divina. “A mulher, se aproveita sabiamente seu tempo e suas faculdades, buscando de Deus sabedoria e força, pode estar em igualdade com o marido, ..., e nem por isto perde qualquer de suas graças ou modéstia femininas.” (Beneficência Social pg.160).

Não podemos deixar que nossos talentos não sejam desenvolvidos e acabem sendo enferrujados pela inação, falta de uso. Não vamos ser como o servo que enterrou o seu talento e no momento da prestação de conta ele perdeu até o que tinha sido lhe confiado anteriormente.

Em alguma fase da vida, às vezes é necessário dar uma pausa nas atividades profissionais para se dedicar à outro chamado, normalmente isto acontece em virtude de alguma necessidade familiar. Ao tomar uma decisão desta natureza é necessário ter a certeza que esta é uma decisão pessoal ou familiar, e por um motivo nobre. “A esposa e mãe, não deve sacrificar sua força e permitir que fiquem inativa suas faculdades, dependendo inteiramente do esposo”. Conselho Para Igreja, pág. 146

Devemos lembrar-nos do conselho do Apóstolo Paulo aos irmãos de Coríntios quando nos diz: “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a gloria de Deus” (1Coríntios 10:31). Neste texto quando ele nos diz “façais outra coisa qualquer”, não há delimitação de quais coisas podem ser encaixadas neste texto, e, então, o nosso trabalho, seja em casa ou fora do lar é muito importante e precisamos fazê-lo para honra e gloria de Deus.

A caminhada em direção à realização profissional nem sempre será coberta apenas de flores, mas junto vem os espinhos, precisamos de força e determinação para superá-los. Às vezes, durante o percurso, vai surgir pessoas te desanimando e elas podem ser bem próximas a você, mas lembre-se que, Deus cuida de cada sonho nosso, e confiando Nele tudo é possível.

Michelle Custódio/Brasília - DF