

“Deus pôs o homem sob a lei, como condição indispensável de sua própria existência... A obediência, perfeita e perpétua, era a condição para a felicidade eterna. Sob esta condição ele teria acesso à árvore da vida.” Patriarcas e Profetas, pág. 49.
Vida abundante, completa, livre do mal, do sofrimento e da morte; vida que se mede pela vida de Deus, vida eterna — este é o grande anseio de cada ser humano. As tentativas da ciência médica, com suas descobertas farmacêuticas de novas fórmulas, a fim de deter as enfermidades e combater surtos epidêmicos, a luta do ser humano para resguardar o meio-ambiente e as condições ecológicas que estão destruindo a vida, a procura de novas fontes de energia que revitalize o ser humano e lhe aumente a longevidade, tudo são evidências desse anseio.
Infelizmente, a maior conquista do ser humano tem comprovado quão malogrado ele tem sido em concretizar seu anelo. Assim ocorre porque suas conquistas não estão voltadas para a única Fonte verdadeira de vida: Deus.
Deus, entretanto, criou o homem para ter vida limitada, marcada pela dor, pelo sofrimento e, finalmente, pela morte? Não. As Escrituras nos asseguram que Deus criou o homem para ter vida de completa alegria e eterna felicidade. Qual era, contudo, a condição estabelecida pelo Criador, a fim de garantir às Suas criaturas este precioso dom – a vida eterna?
ANTES DA QUEDA DE ADÃO
“Ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim podes comer livremente; mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dessa não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” Gênesis 2:16 e 17.
De acordo com as palavras sagradas, a condição era simples e alguns têm questionado: “Por que Deus pôs no centro do jardim uma árvore com o fruto proibido? Com que propósito Deus pôs ali uma pedra de tropeço à felicidade do ser humano? Não seria melhor se Ele tivesse dito: ‘Comam livremente de todas as árvores’? Por que Deus não criou o homem livre de qualquer possibilidade de pecar? Por que Deus não impediu que as mãos de Adão tocassem o fruto proibido?” Na Palavra de Deus há respostas convincentes para estas questões.
“Embora criados inocentes e santos, nossos primeiros pais não foram colocados fora da possibilidade de praticar o mal. Deus os fez entidades morais livres, capazes de apreciar a sabedoria e benignidade de Seu caráter, e a justiça de Suas ordens, e com ampla liberdade de prestar obediência ou as recusar. Deviam desfrutar comunhão com Deus e com os santos anjos. Antes, porém, que se tornassem eternamente livres de perigo, sua fidelidade devia ser provada. Mesmo no início da existência do homem, um empecilho fora posto ao desejo de satisfação própria, paixão fatal que jaz à base da queda de Satanás. A árvore da ciência, que se achava próxima da árvore da vida, no meio do jardim, devia ser, para nossos primeiros pais, uma prova da obediência, fé e amor. Ao mesmo tempo em que lhes era permitido comer livremente de todas as outras árvores, era-lhes proibido provar daquela, sob pena de morte. Deviam, também, estar expostos às tentações de Satanás, mas, se resistissem à prova, seriam, finalmente, colocados fora de seu poder, para desfrutarem o favor perpétuo de Deus.
“Deus pôs o homem sob a lei, como condição indispensável de sua própria existência. Ele era súdito do governo divino, e não pode haver governo sem lei. Deus poderia ter criado o homem sem a faculdade de transgredir a Sua lei. Poderia ter impedido que a mão de Adão tocasse no fruto proibido. Neste caso, entretanto, em lugar de entidade moral, livre, o homem teria sido um simples autômato, sem liberdade de opção. Sua obediência não teria sido voluntária, mas forçada. Não poderia haver desenvolvimento de caráter. Tal maneira de agir seria contrária ao plano de Deus ao tratar com os habitantes de outros mundos. Seria indigna do homem, como um ser inteligente, e teria apoiado a acusação, feita por Satanás, de governo arbitrário por parte de Deus.” Patriarchs and Prophets (Patriarcas e Profetas), págs. 48 e 49.
O Espírito de Profecia explica objetivamente as razões pelas quais Deus pôs no centro do jardim a árvore com o fruto proibido, por que Ele criou o homem com a possibilidade de escolher entre o bem e o mal, e por que Ele não impediu que o homem tocasse o fruto proibido.
1. Sem pelo menos duas opções, não haveria escolha.
2. Sem a escolha não haveria liberdade.
3. Sem liberdade, não haveria desenvolvimento do caráter.
4. Sem o completo desenvolvimento do caráter, o homem não pode desfrutar comunhão eterna com Deus e apreciar a sabedoria, a bondade do Seu caráter e a justiça de Seus mandamentos. Em outras palavras, sem estas condições, o homem não valorizaria os princípios fundamentais do governo de Deus: justiça e misericórdia. Ler Salmos 89:14.
5. Sem comunhão completa e eterna com a Fonte da vida, o homem não viveria.
6. Se Deus tivesse criado o homem como um autômato, sem livre arbítrio, sem qualquer possibilidade de cometer pecado, tal maneira de agir seria contrária ao plano de Deus ao tratar Ele com os habitantes de outros mundos. Seria indigna do homem como ser inteligente. Teria apoiado a acusação, feita por Satanás, de governo arbitrário por parte de Deus.
Em suma: “Deus pôs o homem sob a lei, como condição indispensável de sua própria existência. ... A obediência, perfeita e perpétua, era condição para a felicidade eterna. Sob esta condição, ele teria acesso à árvore da vida.” Idem.
Nestes textos fica evidente que obediência é condição única, imutável para a vida eterna. Qual é, entretanto, a natureza desta obediência? Quais são suas principais características? São duas: Deus requer obediência perfeita e perpétua.
OBEDIÊNCIA PERFEITA
Que entendemos por obediência perfeita que foi requerida de Adão? Obediência perfeita significa: completa, pura, tanto na ação como na mente. Deus não aceita obediência parcial sob pena de imortalizar o pecado.
“Se a vida eterna fosse concedida sob qualquer condição inferior a essa [obediência perfeita], correria perigo a felicidade do Universo inteiro. Estaria aberto o caminho para que fosse imortalizado o pecado, com todo o seu cortejo de infortúnios e misérias.” Steps to Christ (Caminho a Cristo), pág. 62.
OBEDIÊNCIA PERPÉTUA
A obediência de Adão, além de perfeita, precisava ser perpétua, sem limite de tempo e sem interrupção. Deus não aceita obediência perfeita, porém intermitente (descontínua). Em outras palavras: obediência perfeita, perene, pura, completa, ininterrupta, sem o mais leve pensamento ou ato pecaminoso, esta era condição única, imutável para a felicidade eterna de Adão e seus descendentes, antes da queda.
APÓS A QUEDA DE ADÃO
Uma pergunta pode surgir: “Então, após a queda, a condição continua a mesma, ou Deus mudou?” Admitir mudança na condição é reconhecer mudança no próprio caráter de Deus. Sendo a lei de Deus expressão de Seu caráter, que é imutável, igualmente a condição para vida eterna é imutável. Mudança nesta condição haveria de imortalizar o pecado. Deus jamais permitiria que isso ocorresse. A conclusão, portanto, é que a condição permanece a mesma.
“A condição de vida eterna é, hoje, justamente a mesma que sempre foi — exatamente a mesma do paraíso, antes da queda de nossos primeiros pais — obediência perfeita à lei de Deus, justiça perfeita.” Steps to Christ (Caminho a Cristo), pág. 62.
“Atualmente, o Senhor requer o mesmo que requereu de Adão no Éden — obediência perfeita à lei de Deus. Precisamos ter justiça sem um só defeito, sem uma só mancha.” Faith and Works (Fé e Obras), pág. 89.
“A lei requer justiça — vida justa, caráter perfeito.” O Desejado de Todas as Nações, pág. 762.
Todos os descendentes de Adão estão diante da mesma condição: “Pois qualquer que guardar toda a lei, mas tropeçar em um só ponto, tem-se tornado culpado de todos.” Tiago 2:10. “Não são justos diante de Deus os que só ouvem a lei; mas serão justificados os que praticam a lei.” Romanos 2:13. Sob a lei santa, expressão do querer santo e do caráter santo, lei que requer justiça perfeita, perene, sem o mais ínfimo vestígio de pecado, seja no pensamento, seja na ação, como pode o homem ser justificado em sua obediência incompleta e descontínua?
Cristo, que bem conhece o exaltado caráter de Deus, expresso em Sua lei, jamais intentou desconsiderar essa condição imutável da vida eterna: À pergunta do jovem rico: “Que bem farei para herdar a vida eterna?” a resposta dEle foi: “Se queres entrar na vida, guarda os mandamentos.” Cristo não quis referir-Se à obediência parcial, intermitente, mas à obediência perfeita e constante. Esta é a condição para que alguém seja aceito diante de Deus. Tentar evadir-se desta condição é comprometer a esperança da salvação.
SUMÁRIO
“Deus pôs o homem sob a lei, como condição indispensável de sua própria existência.... A obediência, perfeita e perpétua, era a condição para a felicidade eterna. Sob esta condição ele teria acesso à árvore da vida.” Patriarcas e Profetas, pág. 49.
Portanto, obediência perene, perfeita, isto é, pura, completa, ininterrupta, sem o mais leve pecado acariciado, seja em pensamento, seja em ação, era a condição única, imutável para felicidade eterna de Adão e seus descendentes, antes da queda. “Atualmente, a condição de vida eterna é justamente a mesma que sempre foi — exatamente a mesma do paraíso, antes da queda de nossos primeiros pais: obediência perfeita à lei de Deus, justiça perfeita.” Steps to Christ (Caminho a Cristo), pág. 62.
Autores: Davi P. Silva e Joraí P. da Cruz